O WhatsApp, que a partir deste mês passa a contar com assessoria de imprensa no Brasil, também enviou nesta terça-feira, 1º, posicionamento a respeito da prisão do vice-presidente do Facebook para a América do Sul, Diego Jorge Dzodan, por descumprimento de ordem da Justiça da cidade de Lagarto, em Sergipe. A empresa reafirma a declaração da rede social (que é sua controladora) de ser uma operação independente e que, por conta disso, a "decisão para prender um empregado de outra empresa é um passo extremo e injustificado". Além disso, explica que não armazena o conteúdo em seus servidores e que, por isso, não poderia entregar as informações solicitadas.
"Estamos desapontados pela justiça ter tomado esta medida extrema. O WhatsApp não pode fornecer informações que não tem. Nós cooperamos com toda nossa capacidade neste caso, e enquanto respeitamos o trabalho importante da aplicação da lei, nós discordamos fortemente desta decisão", disse o serviço over-the-top na nota enviada à imprensa.
A empresa explica que não armazena mensagens dos usuários, apenas de forma temporária até que o conteúdo seja entregue ao destinatário. Afirma que, uma vez entregue, as mensagens "existem apenas nos dispositivos dos usuários que as receberam". Assim, o WhatsApp justifica o fato de não ter entregue as informações solicitadas pela Justiça sergipana. "Isso significa que a polícia prendeu alguém com base em dados que não existem. Não podemos fornecer informações que não temos." O comunicado afirma que não pode comentar sobre a investigação além de dizer que a empresa procurou cooperar "tanto quanto poderíamos, dada a arquitetura do nosso serviço".
A companhia ressalta estar estendendo um sistema de criptografia de ponta a ponta, impedindo assim as mensagens de serem interceptadas por criminosos virtuais. "Ninguém – nem o WhatsApp ou qualquer outra pessoa – pode interceptar ou comprometer as mensagens das pessoas", afirma o serviço.
O caso no Brasil remete à recente embate entre a Apple e o FBI, a polícia federal dos Estados Unidos, que quer ter acesso a dados de um iPhone de terrorista. A companhia californiana se recusou a abrir a criptografia e alegou – de forma semelhante ao WhatsApp – que nem ela mesmo possui acesso ao conteúdo.