Em um momento em que cerca de um bilhão de pessoas têm acesso à internet no mundo e a web transforma-se em um ambiente colaborativo e aberto, chamado de web 2.0, os anunciantes e as agências de publicidade têm um novo desafio: como inserir as suas marcas na vida desses usuários?
Esse desafio foi o tema da palestra do diretor de criação da TV1, Gustavo Donda, durante o segundo dia do Congresso Web 2.0, promovido pela Converge Comunicações (editora das revistas TELA VIVA, TI INSIDE e TELETIME), em São Paulo. O publicitário da agência de marketing online diz que um dos motivos para a Web 2.0 ser um desafio para as marcas é o fato do consumidor de conteúdo ser também produtor neste ambiente. ?O consumidor 2.0 controla a relação dele com as marcas?, diz.
Donda também cita a quantidade de informação, conteúdo e entretenimento ilimitados, e a relação de igualdade que os veículos de comunicação tradicionais e os blogs têm perante um jovem de 16 anos que cresceu durante o amadurecimento desse tipo de ambiente.
Diante desse panorama, Donda alerta que não é mais possível ?esconder-se? das transformações. ?As marcas estão em pânico, não sabem onde se esconder. É necessário, no entanto, utilizar essas mudanças da melhor forma possível, pois quem ficar em trincheiras será atingido por uma bomba na cabeça?, compara.
O publicitário mostra então exemplos de mudanças que aconteceram na Web e que podem servir de parâmetro para transformar as marcas de hoje em ?marcas 2.0?. Entre elas, estão o aparecimento dos blogs como porta vozes de empresas e funcionários; a idéia de colaboração; a otimização dos sistemas de busca; as vantagens do peer-to-peer, que possibilitam que cada cliente seja um servidor de conteúdo; serviços com foco naquilo que o consumidor quer, e não naquilo que a empresa gostaria de vender; a centralização, como ? a idéia de ?todos no meu site? ? transformada em pulverização, na qual as marcas querem estar no site de todo mundo; e outros. Ele lembra ainda que no quesito rede social, as empresas sempre buscaram transparência para as suas campanhas, mas hoje essas empresas estão ?nuas?.
Ele cita as comunidades do Orkut montadas especificamente para falar mal de determinadas empresas. ?Não se pode controlar esse tipo de comentário, mas as marcas podem transformar isso em um termômetro para avaliar a opinião do público e implementar melhorias?, conclui.