Comcast apresenta a plataforma X1 no Brasil

A Comcast apresentou na ABTA 2016 nesta quinta, 30, a sua plataforma de TV por assinatura com serviços baseados na nuvem X1. "Nós precisávamos destravar o nosso serviço. Com o X1, nosso serviço não está amarrado a um equipamento que nós colocamos na casa do assinante, permitindo, da nuvem, oferecer muitos serviços", disse Mark Muehl, vice presidente sênior de tecnologia da Comcast. Como exemplo, não é mais necessário colocar um disco na casa dos clientes, fazendo as gravações na nuvem.

Usando um sistema open source chamada RDK , a operadora "pode fazer mais mudanças no serviço em 24 horas do que poderia fazer, antes, em 24 meses". Segundo Muehl, isso é importante não apenas para agregar novos serviços à plataforma, mas também para fazer, rapidamente, a correção de bugs. A plataforma é comercializada para operadores em todo o mundo. A Cox (operadora de TV paga dos EUA) é uma das parceiras, assim como a Liberty Global. No Brasil, a Comcast não tem parceiros. A Net, por exemplo, vê a plataforma como uma referência de evolução da sua plataforma, mas considera que as caixas e a capacidade de processamento necessárias à X1 estão além da realidade brasileira.

O que chama mais atenção na plataforma é a interface que une conteúdos de diferentes fontes, com canais lineares, VOD, Internet. Além disso, conta com um sistema inteligente de recomendações que consegue reconhecer se o usuário é o usuário principal ou outra pessoa. "Quando o serviço percebe que a pessoa acessando não é 'o Mark', e que pode ser alguma criança, responde com sugestões de acordo", explica.

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Com a ferramenta de sugestões, explica Muehl, a Comcast conseguiu crescer em 160% o volume de VOD transacional e em 50% o VOD gratuito.

O serviço pode contar ainda com um controle remoto com comando de voz inteligente, com o processamento de voz feito em nuvem. Através dele, é possível dar comandos complexos, como, por exemplo "me sugira filmes infantis gratuitos que eu não assisti". Ou ainda fazer pesquisas sobre o conteúdo que está assistindo, como informações sobre um artista ou atleta, filme ou esporte.

O controle remoto "entende" inglês e espanhol e, de acordo Muehl, já conta com mais de 8 milhões de unidades no mercado, que geram 180 milhões de comandos de voz por mês.

Tecnologia

A plataforma foi desenvolvida em parte na própria Comcast e conta com componentes de parceiros, como Arris e Cisco. Para isso, a empresa vem fazendo aquisições de empresas de tecnologia e conta com 2,5 mil engenheiros de software na folha de pagamento. Com o desenvolvimento da plataforma, a Comcast entrou com o pedido de 1.565 patentes, das quais 950 já foram concedidas.

A tecnologia também já foi licenciada para outras operadoras nos Estados Unidos, como a Cox, que, segundo o executivo, conseguiu chegar com o serviço em 20 mercados em apenas 2,5 meses.

Olimpíada

Nos Jogos Olímpicos do Rio 2016, a Comcast espera entregar 6.203 horas de conteúdo relacionado à olimpíada. "É uma grande oportunidade de mostrar como assistir televisão com o X1", disse o executivo. A plataforma contará, além dos canais lineares, com 40 canais extras com live streaming e opção de cobertura em espanhol.

Também será possível, ao assinantes "seguir" temas como um atleta, esporte ou delegação específica. A plataforma trará também resultados e os horários das modalidades esportivas.

Publicidade

Segundo Muehl, a Comcast ainda estuda formas de explorar a plataforma para publicidade, de forma efetiva para operadora e seus parceiros, que podem ser anunciantes ou canais. "Esse é um tema muito complexo. Já começamos algumas experiências e nos próximos meses lançaremos algumas oportunidades", disse. A este noticiário Muehl explicou que cada conteúdo que entra na plataforma tem a sua policy em relação à publicidade. Dependendo do caso, não é possível inserir publicidade, ou a publicidade pode ser apenas em determinado formato.

Fim do set-top

Muehl disse que do ponto de vista tecnológico de evolução dos set-tops, a Comcast está se preparando para ter todas as opções na mão, mas o cenário em que as caixas deixem de existir é uma realidade. "Hoje temos uma experiência bastante completa em smartphones e PCs, que não precisam de set-top", disse ele. No entanto, a experiência completa do X1 é hoje viabilizada por uma caixa que combina os sinais pela rede tradicional QAM com conteúdos sob demanda entregues por IP. A operadora está preparando testes de uma primeira rede all IP para este ano.

 

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