Dois anos e meio depois, governo argentino autoriza venda da Telecom Argentina

Acabou a novela de quase dois anos e meio para a venda da Telecom Argentina, a qual a Telecom Italia controlava indiretamente, para o grupo Fintech. A companhia italiana confirmou nesta terça-feira, 8, que completou a venda dos 51% de capital restante na Sofora Telecomunicaciones, braço da Nortel Inversora, que controlava a argentina. Os termos do acordo assinado em outubro de 2014 foram cumpridos e o ministério argentino Ente Nacional de Comunicaciones (Enacom) aprovou a transação, avaliada em US$ 960 milhões.

A aprovação da negociação acontece cinco meses depois de a Autoridad Federal de Tecnologías de la Información y las Comunicaciones (AFTIC), órgão regulador vinculado à própria Enacom,  ter vetado a venda. Na época, a AFTIC afirmou que o grupo Fintech não tinha "condições de operar e tomar controle dos serviços e infraestrutura da empresa Telecom Italia" e que o grupo "não tem demonstrado experiência e idoneidade". Agora, a empresa teria enfim atendido às expectativas do regulador e a transação pôde prosseguir.

Assim, a Telecom Italia recebeu nesta terça o montante de US$ 550,6 milhões pela participação restante na Sofora, além de US$ 50 milhões adicionais de outros acionistas da controladora da Telecom Argentina. Esse pagamento foi agregado aos US$ 329,5 milhões recebidos do Fintech em dezembro de 2013 e outubro de 2014. A companhia italiana ainda terá "futuras receitas geradas por suporte técnico a serviços disponibilizados para as empresas do grupo Telecom Argentina, asseguradas por um penhor de garantia".

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A venda da Telecom Argentina foi anunciada no dia 14 de novembro de 2013 pelo então novo CEO da Telecom Italia, Marco Patuano. Na época, o executivo destacou que a transação era parte do plano industrial do triênio 2014-2016, cujo objetivo era levantar 4 bilhões de euros para reduzir o endividamento da companhia, que era de 28,2 bilhões de euros – para efeito de comparação, no balanço financeiro referente a 2015, a TI registrou uma dívida líquida ajustada de 27,3 bilhões de euros.

A composição societária da Telecom Argentina, até então, era de 51% para a Telecom Italia, 32% para o Grupo Werthein e 17% para o Grupo Fintech, por meio da Sofora Telecomunicaiones. Esta contava com 54,74% de participação de capital e 55,60% de participação econômica direta na Telecom Argentina – o restante estava em oferta pública (cerca de 45% em participação capital e econômica) e 0,03% de ações classe C.

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