Boato sobre compra da TIM gera forte especulação com papéis das teles

A Telefônica/Vivo, a Oi e a TIM publicaram comunicados nesta sexta, 31, negando à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) a procedência qualquer uma das informações publicadas pelo jornal Folha de S. Paulo em sua manchete principal, dando conta de um acordo entre Vivo, Claro e Oi para comprar a TIM. A Vivo foi a mais explícita e diz que "desconhece a existência de acordo nos termos mencionados pelo Jornal Folha de São Paulo e que não está envolvida em quaisquer discussões relacionadas a este tema, motivo pelo qual não lhe e possível tecer comentários a respeito do teor da notícia veiculada". O desmentido da Oi é referente a uma matéria do Estado de S. Paulo, e ainda que volte a confirmar a contratação do BTG e diga que o BTG, entre outros, conversou com a América Móvil, também nega qualquer acordo fechado. "A Companhia esclarece que, até esta data, não há qualquer definição ou acordo com relação a uma estrutura para a Operação, e não foram assinados quaisquer instrumentos ou propostas visando a uma Operação", diz a Oi. Já a TIM, como já fez inúmeras vezes, nega ter recebido qualquer proposta. A Claro foi a única que não se manifestou, por não ser uma companhia aberta no Brasil.

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Nada disso, contudo, impediu um pesado fluxo especulativo nos papéis das três operadoras listadas em bolsa. Os papéis da Oi subiram 14,17% (OIBR3) e 12,17% (OIBR4). As ações da TIM se valorizaram 16%. E os papéis da Vivo subiram 9,6% (VIVT3) e 7,97% (VIVT4).

Sem lógica

O que chama a atenção é a falta de lógica nos valores que estão sendo colocados na mesa. O jornal Folha de S. Paulo fala em uma oferta de R$ 30 bilhões pela TIM. A empresa tem hoje praticamente esse valor de mercado no Brasil (R$ 28,5 bilhões). Ou seja,  haveria um prêmio de meros 5% pela operadora, que tem hoje 27% do market share do mercado de telefonia móvel. A GVT, que tem um pequeno pedaço do mercado de telefonia e 10% do mercado de banda larga fixa, foi vendida por R$ 21 bilhões. Tanto no caso da TIM quanto da GVT, a avaliação dos negócios fica na casa de 5,5 vezes o EBITDA. Mas há um detalhe: a TIM é de longe o principal ativo estratégico da Telecom Italia, cuja dívida é de 30 bilhões de euros.

Outro valor surpreendente no meio dos rumores não confirmados é o que a Oi conseguiria com a venda da Portugal Telecom: 7 bilhões de euros. Pelo menos é esse o valor que o jornal diz que a Altice estaria disposta a pagar, transação esta que também pode estar sendo intermediada pelo BTG. Acontece que a Portugal Telecom foi avaliada pelo Santander, quando teve seus ativos avaliados para a fusão com a Oi, em 2 bilhões de euros, fora a dívida, que acabou incorporada pela Oi. Depois disso, a Portugal Telecom viu quase 900 milhões de euros que tinha em caixa serem pulverizados no calote da Rioforte, o que diminuiu ainda mais o seu valor. Se a Oi conseguir vender os ativos da Portugal Telecom por 7 bilhões de euros, terá sem dúvidas motivos para comemorar.

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