Ministério quer finalizar novo PGMU ainda em fevereiro

Orelhão, TUP

O Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações deve encaminhar ainda em fevereiro à presidência da República a proposta de decreto com o novo Plano Geral de Metas de Universalização (PGMU IV). Será, segundo o secretário de telecomunicações André Borges, um documento baseado na proposta de PGMU aprovada pela Anatel em 2017, que passou por consulta pública, foi chancelada pelo conselho e depois encaminhada ao MCTIC, no final do primeiro semestre do ano passado. "Já estamos finalizando o trabalho. No mérito, é o mesmo documento (que veio da Anatel), com alguns ajustes que fizemos", diz o secretário, esclarecendo que as principais mudanças, como a diminuição de algumas obrigações regulatórias de cobertura de terminais de uso público (orelhões), por exemplo, serão mantidas. O MCTIC entende que não será necessária uma consulta pública porque não há mudanças significativas em relação ao que foi produzido pela agência no ano passado.

Os benefícios que o fim das obrigações trarão para as concessões, diz Borges, serão aplicadas em projetos que permitam o uso para STFC e para banda larga dentro dos critérios da futura Políticas de Telecomunicações e dos estudos técnicos da agência. Segundo ele, caberá à Anatel definir estes projetos.

A iniciativa do ministério de levar adiante o PGMU acontece depois de o MCTIC ter solicitado, em outubro do ano passado, que a agência preparasse um estudo sobre o saldo dos PGMUs anteriores e uma estimativa dos saldos gerados pelo PGMU atual. Segundo Borges, a Anatel ainda não apresentou estes números, mas poderá fazê-lo a qualquer momento. No mesmo ofício, o ministro Kassab recomendava que o PGMU fosse encaminhado ao Conselho Consultivo, visto que o órgão estava recomposto, mas isso ainda não aconteceu. O conselho consultivo já pediu o PGMU para analisar, mas a agência tem dúvidas jurídicas de como proceder. Borges entende que isso poderá ser feito sem um ato formal de envio do documento dentro da agência, já que o texto é público e foi aprovado pelo conselho diretor, mas diz que para o ministério é indiferente o trâmite que a agência pretenda dar. As contribuições que o conselho consultivo venha a fazer serão recebidas, diz Borges. Mas ele ressalta que o ministério já está trabalhando no texto do decreto e entende que não é necessária mais nenhuma ação da Anatel para que ele possa seguir para a apreciação do presidente Temer.

Notícias relacionadas

Segundo o secretário, a Anatel provavelmente terá que ajustar em algum momento o aditivo ao contrato de concessão depois que o PGMU for publicado, pois o texto que havia sido preparado não estará perfeitamente alinhado ao texto que está sendo trabalhado. Este é, possivelmente, o ponto mais polêmico, pois na versão anterior do contrato proposto pela agência havia uma cláusula de reconhecimento prévio de saldos anteriores, o que as empresas se recusaram a reconhecer antes de discutir os números com a Anatel. Esta foi a razão pela qual as revisões contratuais não foram assinadas e, por consequência, o PGMU IV ficou suspenso desde então. Borges explica que o ministério está buscando junto às concessionárias um entendimento sobre os valores correspondentes aos itens do PGMU que serão desonerados a partir de agora, para que os recursos possam ser aplicados em novos projetos. Já em relação aos saldos passados, existem divergências entre Anatel e empresas que ainda terão que ser conciliadas.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
CAPTCHA user score failed. Please contact us!