Globo quer novas mídias para fortalecer a Globo

De que maneira o principal grupo de comunicação brasileiro, a Globo, está olhando o futuro da televisão? De que maneira ela acredita que a internet e o celular afetarão a forma de ver e consumir TV? Algumas respostas a esta pergunta começaram a ficar mais claras durante o Congresso TV 2.0, realizado nesta terça e quarta, em São Paulo, com promoção das revistas TELA VIVA e TELETIME.
Juarez Queiroz, diretor do portal Globo.com e um dos responsáveis pelas estratégias de novas mídias da Globo deixou claro que o objetivo do grupo é "trazer a magia da internet e do celular para dentro da plataforma criativa e de produção de conteúdo que a Globo tem". Isso significa, segundo ele, que o percentual de 95% do conteúdo produzido internamente que hoje vigora para a TV aberta deve se manter nas novas tecnologias. O executivo explicou que a dificuldade é encontrar as linguagens adequadas. "O que queremos (com a internet e o celular) é aumentar o envolvimento do telespectador com a nossa programação", diz Queiroz. Por "nossa programação", entenda-se a programação do carro-chefe, a TV Globo. "A grande preocupação é capturar a atenção das pessoas no mundo da Internet, onde a audiência é fragmentada. Estamos na fase de experimentar", explica o executivo. "Outro objetivo que temos com os novos meios é aumentar o relacionamento do nosso espectador com a publicidade", diz Queiroz.

481 milhões de vídeos

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Ele dá alguns números importantes do que significa a Globo na internet hoje: já foram vistos mais de 481 milhões de vídeos no Globo.com de janeiro até setembro, sendo 40,5 milhões só em setembro (o site YouTube tem 120 milhões de vídeos assistidos por dia com 60% da audiência de vídeo em toda a web). O tempo que o internauta passa assistindo a vídeos na internet, na experiência da Globo, em média, não passa de 1 minuto e 33 segundos, com máximos de 15 minutos para programas na íntegra e 16 minutos para transmissões ao vivo. Durante a Copa, foram assistidos 12,5 milhões de vídeos, sendo que 2,4 milhões de pessoas assistiram a jogos ao vivo. O último "Big Brother" gerou 237 milhões de acessos a seus vídeos. E o dado mais importante: apenas 5% do conteúdo do Globo.com geram 80% do total de acessos. Juarez Queiroz apresentou esse dado ao responder se a teoria do "long tail" de fato tem encontrado comprovação na experiência da Globo. "A grande dificuldade do modelo de cauda longa é o custo de armazenamento do conteúdo de baixo acesso. Isso vai acontecer, mas ainda precisamos encontrar uma maneira de viabilizar a infra-estrutura", explicou, citando o exemplo da necessidade de digitalização e armazenamento para web de novelas mais antigas, que também enfrentam a questão dos direitos de imagem que precisam ser renegociados.
Ao ser questionado sobre as razões pelas quais o Globo.com não disponibiliza os conteúdos exclusivos de esportes detidos pela Globo para acesso ao vivo na Internet, Queiroz explicou que existe uma preferência do usuário de assistir esses jogos nas opções tradicionais, quando elas estão disponíveis simultaneamente. "A audiência seria muito pequena", disse o executivo, que depois explicou a esse noticiário que existe um modelo de negócios da TV aberta e da TV paga (que vende os jogos em pay-per-view) a ser preservado.
Sobre as variáveis que podem fazer com que a TV mude no futuro, Juarez Queiroz diz acreditar que a principal delas será a TV digital móvel. "Isso nos obriga a pensar na forma de fazer televisão", explicou. Ele aponta também o celular como a principal ferramenta de interação com a TV. "Hoje, 80% da nossa interatividade com a programação vem do celular, em programas como Big Brother, por exemplo".

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