Twitter muda política de privacidade para toda a base em junho

No próximo dia 18 de junho, os usuários do Twitter terão de forma automática uma nova política de privacidade na qual permitem por padrão a coleta de dados a partir de sites com os quais o microblog possui parceria. A empresa deixa, assim, de atender aos requisitos do Do Not Track (DNT), ferramenta presente em navegadores e que possibilita ao usuário a opção de não ter seus dados rastreados em cookies. A medida não foi bem recebida por entidades ligadas à sociedade civil, como a norte-americana Electronic Frontier Foundation (EFF), que afirmou que a mudança da política imposta à toda a base "não são ações de uma companhia que respeita as escolhas pessoais de privacidade".

A rede social anunciou no dia 17 de maio em uma postagem no blog oficial que estaria adotando suíte de ferramentas de ponta da indústria para dar mais acesso à informação do usuário e maior e mais granular controle sobre como está sendo usada. Nas configurações há mais opções de controle, com abas para perfil e para os dados, com definição de lugares, interesses de terceiros e audiência, por exemplo.

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O Twitter também lançou uma nova ferramenta de personalização de dados, no qual é possível optar pela saída (opt-out) do programa de compartilhamento de informações da empresa com terceiros. Há ainda a possibilidade de personalizar a configuração por dispositivo. Caso o usuário dê consentimento a parceiros, a empresa agora fornece também acesso a nome, email e informações pessoais.

A companhia obtém dados não apenas diretamente do uso da rede social, mas também de sites que contam com botões de Twitter embedados – por exemplo, para o compartilhamento de uma matéria deste noticiário. Por conta das leis de privacidade da União Europeia, a empresa não coleta dados de usuários dos países do bloco econômico, entretanto. Além disso, aderiu aos princípios de autorregulação de publicidade comportamental da Digital Advertising Alliance.

No blog, o Twitter destaca parcerias com a sociedade civil, além de iniciativas de resistência a governos e trabalhos em transparência. "Continuamos a fazer atualizações e crescer nossos negócios de forma que possamos melhorar a experiência do Twitter", completa o post.

Críticas

Em sua crítica, a EFF ressaltou que a empresa havia suavizado o uso do cookie de rastreamento em páginas com o botão do Twitter (prática semelhante ao que o Facebook também utiliza) justamente com o suporte ao Do Not Track. Agora, com a utilização da ferramenta da Digital Advertising Alliance, apenas haveria a possibilidade de opt-out de publicidade personalizada, "enquanto a maioria das pessoas na verdade quer opt-out do rastreio", uma vez que ainda há a coleta de arquivos mesmo optando pela saída. "Isso é similar a pedir a uma pessoa que pare de bisbilhotar abertamente sua conversa apenas para vê-la se escondendo atrás da cortina e ainda escutando", compara a entidade.

Procurada por este noticiário, o Twitter afirmou que fez o anúncio por meio do blog oficial (em inglês) e por um tweet no perfil oficial da empresa no Brasil. Além disso, divulgou um posicionamento, que segue na íntegra:

"Ao mesmo tempo em que o Twitter trabalha para tornar o conteúdo mais relevante para os usuários, passa a oferecer uma política de privacidade mais transparente e um melhor controle de dados. O compromisso com a privacidade dos usuários está no DNA do Twitter como empresa e é um tema que a companhia promove pelo mundo." 

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