Interferência em parabólicas trava decisão sobre 3,5 GHz

As dificuldades da Anatel em atribuir e destinar as faixas de alta capacidade para as próximas gerações de serviços de dados não se restringem à faixa de 2,5 GHz, alvo de uma árdua disputa entre as TVs via MMDS e as operadoras móveis. Há obstáculos também na destinação da faixa de 3,5 GHz, fatia do espectro com grande potencial para as novas tecnologias sem fio assim como a de 2,5 GHz. Um dos problemas neste caso é que a experiência que já vem sendo feita com o WiMAX nessas frequências revelou um sério efeito colateral.
Técnicos constataram que a oferta de WiMAX em 3,5 GHz tem gerado interefência no serviço de TVRO, que consiste na transmissão de televisão via satélite. Essa oferta é de suma importância para um país com as dimensôes do Brasil, pois garante o acesso ao serviço mesmo em áreas rurais e remotas. Atualmente, o País tem mais de 18 milhões de antenas parabólicas funcionando via TVRO. Ou seja, uma fatia considerável dos brasileiros pode estar sofrendo interferências por conta do 3,5 GHz sem sequer ser cliente dos serviços de WiMAX.
Especialistas dentro e fora da Anatel têm o mesmo diagnóstico sobre o problema do ponto de vista técnico. A falta de implantação de alguns filtros estaria gerando os problemas na banda C, usada pela telefonia fixa, TVRO e outros tantos serviços via satélite. A diferença na avaliação dos técnicos está na aplicabilidade da solução. Enquanto a Superintendência de Radiofrequência e Fiscalização (SRF) e as empresas alegam que o assunto é de fácil solução, a Superintendência de Serviços de Comunicação de Massa (SCM) garante, nos bastidores, que o imbróglio não é tão simples de ser resolvido.

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Em meio às diversas versões sobre o caso, o processo sobre a destinação da faixa de 3,5 GHz para a telefonia móvel saiu mais uma vez da pauta do Conselho Diretor da Anatel. Desta vez a iniciativa de adiar a decisão foi da conselheira Emília Ribeiro, que pediu vistas do material no encontro realizado nessa quinta-feira, 26. Procurada por esta reportagem, Emília confirmou a existência de indícios de interferência entre a oferta de WiMAX no 3,5 GHz e TVRO. "Irei pedir uma análise técnica oficial, para pôr fim de uma vez por todas nessas dúvidas. Se a área técnica está segura de que o problema não existe, que coloque isso no papel", declarou a conselheira.
Em princípio, o processo deve voltar à pauta do Conselho Diretor na próxima semana. Mas, como a conselheira quer ir mais a fundo no caso, é possível que seja necessário um pedido de prorrogação do prazo de vistas, jogando a decisão do 3,5 GHz para 2010.

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