"O preço atual das ações não reflete o nosso negócio", diz presidente da Oi

A conferência de resultados do quarto trimestre de 2014 e do consolidado do ano passado teve um tom menos agressivo do presidente da Oi, Bayard Gontijo, quando se referiu à consolidação do mercado brasileiro. Frustrado por ainda não ter conseguido migrar a companhia para o Novo Mercado da BMF&Bovespa, Bayard destacou que Oi conseguiu atingir em 2014 os guidances de EBITDA e receita prometidos ao mercado, que a conclusão da venda dos ativos portugueses para a Altice deverá melhorar o perfil de dívida e alavancagem da empresa e que ainda não há nada de novo no processo de consolidação no Brasil. "Não há nada de novo a reportar. Negócio bom é negócio fechado, e não falado, mas continuamos acreditando que a consolidação seria benéfica para o setor, operadores e sociedade, e com o turn around nossa capacidade de assumir posição de protagonista nesse processo só irá aumentar", disse.

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O presidente da Oi agradeceu aos investidores que permaneceram na operadora e atravessaram o período difícil por que passou e afirmou que "o preço atual das ações [em bolsa] não reflete a realidade" dos negócios da empresa. Ele se disse "pessoalmente desapontado" em não relatar na conferência a migração da Oi para o Novo Mercado por conta de uma questão técnica, mas voltou a mencionar as estruturas transitórias que a Oi propôs à Telemar Participações para antecipar benefícios aos acionistas, como garantir direitos iguais aos acionistas sem um acionista controlador com a troca de ações preferenciais por ordinárias e simplificação da estrutura acionária. A questão técnica a que Gontijo se refere é que o relatório 20-F da PT SGPS ainda não foi aprovado pela SEC e, por isso, a Oi não tem autorização do ex-auditor da PT para protocolar a inclusão dos ativos da portuguesa no relatório F-4 da Oi para registro de oferta pública na comissão de valores mobiliários norte-americana.

Cortes

Gontijo afirmou que, embora ainda não tenha anunciado a meta de EBITDA para este ano, algo que deve acontecer apenas depois da Assembleia Geral de Acionistas a ser realizada entre o fim de abril e o início de maio, está confiante que a Oi atingirá os guidances e terá uma melhora na relação EBITDA sobre Capex entre R$ 1,2 bilhão a R$ 1,8 bilhão. A Oi também não anunciou ainda projeções de investimento para este ano, já que dependerá dos esforços de redução dos custos. "Nossa principal âncora para atingir resultado é a redução significativa de custos da companhia em 2015. Criamos uma nova diretoria de transformação do negócio em dezembro para identificar e executar oportunidades de redução de gastos. Começamos com 100 iniciativas para transformação do negócio e hoje já temos mais de 240, que devem melhorar a eficiência e cortar custos", detalha.

Ativos

O presidente da Oi citou também que a companhia ainda tem alguns ativos na manga para tentar gerar mais caixa. "Ainda temos entre 500 e 1 mil torres móveis que podemos vender e mais de 7 mil propriedades em todo o território. Obviamente que qualquer monetização de imóveis ou propriedades precisam de autorização da Anatel, mas estamos discutindo a reversibilidade dos bens com a agência. Isso é importante para liberar mais capacidade de investimento da companhia para o futuro", pontua. Gontijo acredita que deve ter novidades sobre os desdobramentos da conversa com a agência nos próximos meses.

A venda dos ativos herdados da PT na África ainda é uma possibilidade, mas é algo que o presidente da Oi espera apenas para o segundo semestre, depois de concluída a venda dos ativos portugueses para a Altice.

 

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