Fornecedores apontam benefícios do 5G para a economia

Foto: Tookapic / Pexels

Com o objetivo de tentar convencer o governo dos benefícios da adoção da 5G no Brasil, as empresas fornecedoras de tecnologias também estão trazendo dados econômicos que motivem uma licitação de espectro. Os números foram apresentados nas visitas realizadas por parlamentares e membros do executivo aos diferentes fornecedores durante o MWC 2019, que acontece esta semana em Barcelona.

A Ericsson, por exemplo, apresentou ao governo os resultados preliminares de um estudo que aponta que, no caso de um leilão não arrecadatório, só os benefícios de cobertura e ampliação da rede mais aceleradas seriam responsáveis por gerar R$ 35 bilhões ao longo de cinco anos em tributos ao governo com os  serviços e vendas de equipamentos, muito além do que seria arrecadado com a venda de espectro apenas, em uma conta conservadora (sem considerar os novos mercados que se abrem). Para a fornecedora, este argumento por si só já deveria ser suficiente para uma mudança no modelo de venda. Um dos fatores considerados pela Ericsson é que grande parte da retração que o setor de telecom viveu entre 2015 e 2018 se deve, além da crise econômica do país, ao efeito negativo do enorme volume de recursos (cerca de R$ 9 bilhões) que tiveram que ser desembolsados pelas operadoras pelo espectro de 700 MHz, leilão este realizado com um único objetivo de maximizar as receitas de curto prazo do Tesouro, ignorando completamente as políticas públicas para telecomunicações (a digitalização da TV aberta foi a única política pública assegurada no leilão de 700 MHz).

A Nokia também trouxe uma análise econômica preliminar para tentar motivar o governo a leiloar espectro em condições vantajosas: é possível, até 2025, criar um ganho de PIB superior ao que o governo espera ter com a eventual reforma da previdência. Segundo a fabricante, considerando-se que o leilão da faixa de 700 MHz, mesmo sendo puramente arrecadatório, gerou um impulso de 2,6% no PIB nos anos seguintes, a projeção para as faixas de 5G supera US$ 100 bilhões em benefícios considerando-se a propagação da tecnologia de 5G em toda a economia, podendo chegar a US$ 250 bilhões. As contas são todas preliminares, mas indicam que os efeitos econômicos são diretos. Mas a Nokia alerta: "nada disso acontece se continuarmos cobrando Fistel sobre IoT", diz Wilson Cardoso, CTO da empresa. Para ele, a tributação das aplicações de Internet das Coisas seria mortal para que os benefícios do 5G transbordem para a economia de uma maneira geral.

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