O futuro do vídeo está no modelo sob demanda, mas qual será o papel das teles?

Foto: freestocks.org / Pexels.com

O futuro do consumo de conteúdo móvel está no modelo sob demanda, concordam especialistas reunidos em um painel sobre consumo de conteúdo de vídeo em redes móveis durante o Mobile World Congress, nesta segunda-feira, 26, em Barcelona. A dúvida é como será o papel das teles neste contexto. Em vez de competidoras das OTTs, elas podem ser parceiras, pois contam com alguns ativos valiosos, especialmente em mercados emergentes.

"O consumidor não está nem aí se o serviço é prestado por uma operadora ou OTT. Ele quer ter o controle sobre sua experiencia de conteúdo. O futuro está no modelo sob demanda no mundo inteiro", prevê Mark Britt, CEO da iFlix, start-up da Malásia que transmite jogos de futebol pela Internet. O executivo entende que as operadoras podem ser parceiras de OTTs oferecendo não apenas seu sistema de faturamento, mas também de autenticação e seus canais de distribuição. Entretanto, precisam se mexer mais rapidamente, recomenda.

Um dos desafios em mercados emergentes é manter o assinante de serviços de vídeo por um longo período, independentemente de o pagamento ser feito para a operadora ou diretamente para a OTT, comentou Maaz Sheikh, CEO da Starz Play, start-up que oferece filmes e séries online para o mercado do Oriente Médio e do Norte da África.

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Um dos caminhos pode estar na curadoria adequada de conteúdo. Esta, porém, é uma tarefa difícil. "Não há manual para o que fazemos. Começamos com conteúdo de Hollywood mas depois descobrimos que as pessoas queriam mesmo era ver Bollywood com legendas em árabe", relatou Sheikh, da Starz Play. Britt, da iFlix, conta que em Gana o DVD mais pirateado do ano passado foi um filme de aventura sul-coreano, apesar de não haver qualquer relação econômica, política ou cultural entre os dois países. "O crime fez um bom dinheiro enquanto nenhum de nós conseguiu identificar essa oportunidade", comparou.

Esportes

O consumo de esportes ao vivo tem aumentado em plataformas novas, fora da TV. "O interesse em esportes ao vivo não mudou. Mas a forma como é consumido, sim. A gente se surpreendeu o quanto as pessoas querem ver esportes em mídias digitais. E não são apenas os millennials", comentou Andrew Haworth, gerente de estratégia e conteúdo de esporte para consumidor da operadora britânica BT, que detém os direitos para transmissão do campeonato inglês de futebol.

Aliás, a transmissão de esportes ao vivo é tida como o melhor teste possível para uma rede IP e para os sistemas de backend das OTTs, diz Haworth. "Quando fechamos o primeiro contrato com a Premier League, estávamos muito focados em números financeiros e esquecemos a complexidade que é vender esportes. Há um pico de vendas faltando 10 minutos para uma grande partida. É preciso estar preparado para atendê-lo", disse o executivo da BT. Britt, da iFlix, sentiu isso na pele na primeira transmissão de um jogo online: foram criadas 40 mil senhas de acesso em seu serviço nos dez segundos antes da partida.

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