Telesp Celular dá um salto na bolsa

Depois de acumular pesadas perdas de 36% no mês, as ações da Telesp Celular voltaram a subir de forma expressiva nesta quarta, 25. Com o maior volume de negócios entre as empresas de telecomunicações, seu principal papel (TSPP4) teve valorização de 10%, fechando cotado a R$ 2,86. Para a Portugal Telecom, em particular, que comprou recentemente parte expressiva do capital a R$ 2,50, trata-se de um ganho de 14,4%.
Para analistas ouvidos por TELETIME News não há muita surpresa nessa recuperação. Victor Martins, do Banco Safra, por exemplo, lembra que a empresa está melhorando sua performance financeira porque a recente injeção de capital na sua subsidiária Global Telecom fez diminuir seu custo financeiro e porque deverá sofrer este trimestre menor impacto da taxa de câmbio sobre seu endividamento, uma vez que aumentou a proteção com hedge.
Jacqueline Lison, da Fator Doria Atherino, por sua vez, acaba de divulgar para seus clientes um extenso estudo sobre a Telesp Celular, a partir do qual recomenda inclusive a compra do papel com target price de R$ 6,02 – potencial de valorização de 111% sobre a cotação de quarta. Para ela, depois de equilibrar a situação financeira (com a conclusão do aumento de capital), a companhia poderá se concentrar na estratégia de retomada da rentabilidade. Ela projeta um cenário muito melhor para 2003, com receitas líquidas de R$ 3,5 bilhões, lucro bruto de R$ 1,97 bilhão e lucro ajustado de R$ 213,8 milhões contra prejuízo de quase R$ 280 milhões este ano.

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Fim da tranquilidade

De acordo com o relatório, "o mar de tranquilidade" da operadora está para acabar com a chegada da TIM, que vem com uma tecnologia nova (GSM) e uma folga de US$ 1 bilhão para investir nos próximos três anos (fora os US$ 3 bilhões já gastos em licenças e na construção da rede).
A Telesp Celular deve tentar retardar ao máximo a entrada da TIM no mercado mediante ações na Justiça, com o objetivo de impedir que a concorrente chegue ao mercado até as vésperas do Natal. Tende também a intensificar as políticas de segmentação, retenção e fidelização da atual base de assinantes. Além disso, deve aumentar participação no mercado corporativo pelo TCP Empresas. Por fim, a operadora vai examinar a aceitação do GSM do adversário. Se não "pegar", melhor, porque adia investimentos e deixa o caixa fortalecido. Se "pegar", aí então passa a oferecer serviços GSM também.

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