"Brasil está virando um hub" de rotas submarinas, diz CEO da Seaborn Networks

No próximo dia 13 de setembro acontecerá em Nova York o lançamento do cabo submarino Seabras-1. O sistema da operadora Seaborn Networks, de 10,8 mil km de cabo com 125 repetidores, conectará o data center novaiorquino diretamente a Praia Grande (SP), onde foi completada a instalação em junho. A infraestrutura já teve capacidade pré-vendida para empresas como Telecom Italia (controladora da TIM) e a companhia indiana Tata Communications. Em visita ao País para reuniões com interessados no sistema, o CEO da Seaborn, Larry Schwartz, diz que há um interesse crescente no mercado brasileiro para rotas submarinas. "O Brasil está virando um hub", declara.

O executivo diz ter expectativas para futuras ramificações do cabo. Um dos planos é no Nordeste – mais provavelmente Fortaleza. "Mas estamos atentos a outras ideias", ressalta. Outro é o de conectar o ponto do Seabras-1 no Nordeste brasileiro a Capetown, na África do Sul. "Seria a rota mais direta (para os sul-africanos) para o Brasil e para os Estados Unidos", afirma. Além disso, o Seabras-1 servirá de rota principal ao se conectar com a ramificação do cabo ARBR, uma parceria com o fundo de investimentos argentino Grupo Werthein que conectará a Las Toninas (na província de Buenos Aires) ao litoral paulista.

Schwartz afirma estar satisfeito com as vendas e "discussões positivas" com potenciais clientes no País. O executivo diz que a empresa já via a crise econômica brasileira eclodindo no ano passado na época em que recebeu o financiamento do sistema (em dezembro de 2015), e reconhece que isso deixou o cenário mais desafiador. Mas se declara otimista e diz não ter havido impacto significativo a não ser em vendas de curto prazo e de pouca capacidade. "Estamos agora no tempo certo, as coisas estão melhorando", declara. "Nossos clientes são de categoria diferente, eles olham para contratos de 15 anos. Não vemos as vendas mudando dramaticamente", assegura.

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Porém, a concorrência com os cabos existentes no Brasil, além das diversas rotas que deverão ser inauguradas nos próximos anos, acaba afetando as vendas de capacidade do Seabras-1. "Já vemos muito preço sendo espremido, já sabíamos disso com antecedência", afirma. Mas ele destaca que o sistema é o único atualmente a conectar Nova York a São Paulo de forma direta. Além disso, oferece a possibilidade de uma via mais rápida, a SeaSpeed, com redução de latência "significativamente melhor". Schwartz diz também haver capacidade de sobra ainda para vender: atualmente, o cabo conta com um total de 72 Tbps, e a previsão de atualização é de cinco a seis vezes a capacidade original com o passar do tempo e conforme a demanda.

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