Pós-pago e FTTH impulsionam receita da Telefônica no trimestre

A Telefônica encerrou o primeiro trimestre de 2018 com avanço na receita graças ao foco nos serviços de maior rentabilidade, como o pós-pago, a ultra banda larga e o IPTV, segundo informações do balanço financeiro publicado nesta quarta-feira, 25. A receita pro forma, excluindo efeitos da nova norma contábil IFRS 15, é de R$ 10,759 bilhões no trimestre, um aumento de 1,6%. Considerando os efeitos da adoção da nova metodologia somente para os resultados de 2018, a receita foi de R$ 10,789 bilhões, um aumento de 1,9%.

A ressalva dessa norma, em vigor desde janeiro deste ano, é que ela exige que a receita seja reconhecida baseada no contrato com o cliente, não necessariamente alinhada com o faturamento. A Vivo afirma que no caso do serviço móvel, o reconhecimento da receita mudará porque o subsídio agora será distribuído entre serviços e aparelho. Além disso, "certos custos para a aquisição de clientes através de contratos serão agora capitalizados se o período de amortização for menor do que 12 meses".

Em pro forma, a receita operacional líquida de serviços totalizou R$ 10,449 bilhões, aumento de 1,1%. Nesse recorte, a receita do serviço móvel aumentou 3,5% e fechou março em R$ 6,425 bilhões. Houve crescimento de 17,4% na receita de serviços digitais, totalizando R$ 5 bilhões. O aumento aconteceu graças aos serviços de valor agregado (SVAs), que mais do que triplicaram (218,3%) no comparativo anual e totalizaram R$ 1,565 bilhão. Isso compensou a queda de 7,8% na receita de serviço de Internet, que ainda é a maior dentro do recorte de dados móveis: R$ 3,127 bilhões. Os dados e serviços digitais agora correspondem a 77,8% da receita móvel, aumento de 9,2 pontos percentuais. A receita líquida de aparelhos aumentou 20,8% e encerrou o trimestre em R$ 309,1 milhões.

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Já o serviço fixo teve queda de 2,5% e ficou em R$ 4,024 bilhões. O maior impacto foi na queda de receita de voz , que caiu 14,1% e totalizou R$ 1,542 bilhão. Houve queda em interconexão também (15,4%, total de R$ 42,7 milhões), mas a banda larga compensou com aumento de 15,7%, total de R$ 1,230 bilhão. Desses, R$ 792,1 milhões (aumento de 22,5%) eram de ultra banda larga, enquanto R$ 438,6 milhões (avanço de 5,1%) eram de conexões xDSL. A TV por assinatura caiu 1,5% e totalizou R$ 471,5 milhões (a companhia afirma que a receita de IPTV aumentou 66,7%), enquanto os dados corporativos e TI aumentaram 0,6% e fecharam março com receita de R$ 588,5 milhões.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBTIDA) da Telefônica no trimestre pro forma foi de R$ 3,765 bilhões, um aumento de 7,2%. A margem aumentou 1,8 p.p. e ficou em 35%. Com a nova norma contábil, o EBTIDA fica em R$ 3,794 bilhões, avanço de 8%, e a margem aumenta 2 p.p. e fica em 35,2%.

No primeiro trimestre pro forma, o lucro líquido da Telefônica aumentou 8,3%, totalizando R$ 1,078 bilhão. Com IFRS 15, foi de R$ 1,098 bilhão, avanço de 10,2%. O fluxo de caixa operacional aumentou 1,5% pro forma, somando R$ 2,217 bilhões. Na metodologia contábil, avançou 2,8% e ficou em R$ 2,247 bilhões.

A companhia dedicou nos três primeiros meses deste ano R$ 1,547 bilhão em investimentos, um aumento de 16,5% comparado ao primeiro trimestre do ano passado. O foco do Capex da empresa foi na expansão da rede LTE-Advanced (chamada comercialmente de 4G+ pela operadora), que chegou a 250 novas cidades no período, totalizando 364 municípios cobertos. Na rede fixa, a empresa cobre 216 cidades com FTTx, sendo 89 com FTTH .

Operacional

Ao encerrar março, a Telefônica detinha 97,812 milhões de acessos totais, aumento de 0,6% em relação a março de 2017. Desses, 75,098 milhões eram de linhas móveis, um avanço de 1,5%.

No móvel, 37,499 milhões de linhas eram pós-pagas, um aumento de 10,9%, enquanto no pré-pago a companhia contava com 37,599 milhões de acessos (queda de 6,4%). Nesse ritmo, o mix da base da operadora passará a ser composto em maioria pelo pós-pago já em abril. A companhia ainda contava com 6,674 milhões de conexões máquina-a-máquina.

O churn mensal caiu 0,2 p.p. e ficou em 3,1%. No pós-pago, exceto M2M, ficou em 1,6% (apenas 0,1 p.p. menor do que em 2017), enquanto no pré-pago houve queda de 0,2 p.p., ficando em 4,5%. A receita média por usuário (ARPU) foi de R$ 28,6 (aumento de 2,1%), sendo que voz caiu 27,4% e fechou março em R$ 6,4, enquanto dados avançaram 15,8% e encerraram o mês com R$ 22,2. A ARPU do pós-pago aumentou 1,1% e ficou em R$ 52,6, enquanto no pré-pago houve queda de 5,5%, ficando em R$ 12,9. No M2M, o ARPU caiu 13,9%, ficando em R$ 2,6.

Os 22,714 milhões restantes eram de acessos fixos, após uma queda de 2,3%. As maiores quedas aconteceram na telefonia fixa (4%, com total de 13,679 milhões de linhas) e na TV por assinatura (4,2%, total de 1,591 milhão de acessos). Neste último, o grande responsável pela redução da base foi o DTH, que caiu 15,8% no período e totalizou 1,161 milhão de acessos – a companhia afirma que é parte da estratégia de "despriorizar" a tecnologia. Por outro lado, o IPTV compensou parcialmente essa queda com aumento de 52,9%, totalizando 430 mil acessos. De acordo com a Telefônica, a estratégia da TV continuará a ser "mais seletiva", com foco em produtos de maior valor, como o IPTV.

A banda larga fixa aumentou 1,5% no trimestre, totalizando 7,443 milhões de acessos. A companhia contabiliza que 4,643 milhões desses sejam de ultra banda larga, um aumento de 9,9%. Isso se deve ao aumento de 47,2% na tecnologia de fibra até a residência (FTTH), que agora são 1,412 milhão de conexões. Já a fibra até o armário (FTTc) caiu 1,1% e ficou em 3,231 milhões de acessos. Outras tecnologias (como xDSL) totalizaram 2,8 milhões de linhas, uma queda de 9,9%. A Telefônica destaca que expandiu a rede FTTH para 16 novas cidades em 2017 e mais duas até março deste ano.

A ARPU de voz fixa caiu 10,8% e ficou em R$ 37,4. Na banda larga, aumentou 13,7% e ficou em R$ 55,2. A maior receita média por usuário está na TV por assinatura: R$ 99,1, aumento de 4,6%.

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