Ainda se está na fase de especulações e não há definições, mas a tendência concreta é que o Deputado Federal André Figueiredo, do Ceará, líder da bancada do PDT na Câmara, assuma o Ministério das Comunicações em uma eventual reforma ministerial. A oferta já teria sido feita e contaria com o aval de Ciro Gomes, recém chegado ao partido.
Não será a primeira passagem do PDT pelo Minicom, caso o convite se confirme. O primeiro ministro de Lula para a pasta foi Miro Teixeira, que na época ainda estava no partido e o PDT ainda era parte da base de apoio ao governo. Foi uma passagem relevante, por duas razões: junto com Miro Teixeira, a Fittel (Federação Interestadual dos Trabalhadores em Telecomunicações) passou a ter grande influência no ministério, também pela proximidade da entidade junto ao próprio PT. Outro destaque do período em que Miro e o PDT comandaram o Minicom foi o fato de que as empresas de radiodifusão conseguiram evitar discussões sobre concentração do mercado de televisão. Por outro lado, enfrentaram o início de uma discussão sobre a implantação da TV digital com um sistema brasileiro.
Segundo um observador atento dos movimentos do Congresso, André Figueiredo não chega nem perto do PDT ligado à Fittel ou a qualquer coisa próxima do que foi o partido no primeiro governo Lula. O mais provável é que o órgão passe a ter forte influência dos irmãos Ciro e Cid Gomes.
Ainda não se sabe se a oferta do ministério será no regime de "porteira fechada", com troca de todas as secretarias, ou se existirá algum acordo de preservação da estrutura e trabalhos em andamento. Também não está definido se o Minicom será reestruturado antes da eventual mudança de ministro. Também ainda não está certo o destino de Ricardo Berzoini, que iria ao Planalto para a articulação política, mas o destino exato depende do futuro do atual ministro-chefe da Casa Civil, Aloízio Mercadante.
