A Vésper anunciou nesta terça, 24, que obteve da Anatel a suspensão de medida cautelar que a impede de comercializar o Vésper Portátil. A liberação só valerá, no entanto, onde a operadora implantar um sistema de restrição à mobilidade dos terminais, baseado em software instalado nas centrais de comutação. A espelho detém licenças de Serviço Telefonico Fixo Comutado (STFC) para as áreas 1 e 3, mas vinha oferecendo um produto com características semelhantes às do celular, inclusive com continuidade de transmissão de uma estação radiobase para outra.
Com a decisão da Anatel, a Vésper vai ajustar sua rede aos poucos, de tal maneira que retome a venda dos aparelhos móveis em cada município onde efetuar a mudança determinada pela agência. Para cada cliente, a operadora terá de determinar uma área de serviço, formada por um conjunto de estações transmissoras. O software nas centrais vai identificar cada usuário e bloquear o serviço para aqueles que estiverem fora de área. A limitação valerá tanto para as novas adesões quanto aos clientes atuais, que continuam a utilizar o Vésper Portátil sem restrições. Ao todo, cerca de 90 mil clientes de um total de 500 mil da operadora têm o aparelho.
Os planos são de concluir a instalação do sistema para toda a base em 180 dias. Campinas deverá ser a primeira cidade a contar com a novidade, em uma ou duas semanas. São Paulo, a maior cidade das áreas licenciadas da espelho, será atingida em 30 dias.
"Além disso, é possível que até terminarmos a mudança em todas as áreas, possamos oferecer o SMP como alternativa", diz Kaufmann referindo-se à possibilidade de a Vésper vir a aquirir licenças do serviço móvel. Como se sabe, de acordo com a resolução 314 da Anatel, a faixa empregada pela Vésper, em 1,9 GHz, pode ser usada também para telefonia móvel em caráter secundário, desde que a operadora tenha licença específica para o serviço. O presidente da espelho diz que os acionistas da empresa ainda não decidiram se vão disputar as sobras das bandas D e E, com licitação marcada para outubro, faltando ainda avaliar o impacto dos custos desta empreitada nos negócios. Mas as possibilidades são grandes disso vir a acontecer, admite.