VOD ganha corpo no País, apontam agregadores

O vídeo on-demand (VOD) começa a ganhar corpo no Brasil, já contando com cadeia de fornecedores estabelecida e uma base que começa a ter relevância. No Brasil VOD 2015, realizado pela Converge Comunicações nesta terça, 23, João Worcman, da distribuidora e agregadora de conteúdo Synapse, apontou que 50% da receita da empresa já vêm do VOD, com um aumento de 100% em 12 meses. "Há quatro anos, uma obra faturava 90% no mercado de pay-TV e 10% no VOD. Hoje a proporção é 50% para cada mercado", diz.

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A Net, com o seu serviço Now, é uma das principais plataformas atendidas pelos agregadores no Brasil. Segundo Cristina Bonini, da Net, a plataforma já está recheada de conteúdos. "Saímos de um patamar com pouquíssimos conteúdos para 30 mil, incluindo os diferentes modelos de negócio. Há uma mudança de hábito no consumidor", disse.

O serviço da Net conta com conteúdos de catch-up, por assinatura e transacional. Este ano, conta a executiva, deve ser lançada também a venda de conteúdos no modelo EST (electronic sell thru), pela qual o consumidor compra um título e pode assisti-lo sempre que quiser.

Para o conteúdo brasileiro, as plataformas digitais vão muito bem, aponta Fábio Lima, da agregadora Sofá Digital. Segundo ele, no VOD o conteúdo brasileiro performa melhor do que no cinema. "Talvez por conta do hábito de décadas de conteúdo brasileiro na TV", especula.

Cauda longa

Lima aponta que há casos de conteúdos em que a venda está nos três primeiros meses, e depois segue na cauda longa. Segundo ele, esse tipo de exploração pode ser limitada pela Condecine.

O executivo da Sofá Digital aponta que o mercado ainda não amadureceu o suficiente para investir mais em divulgação dos títulos, ao contrário do que acontece em mercados internacionais. "Há uma insegurança para fazer uma investimento de longo prazo. No México, que é um mercado mais parecido com o nosso, já se vê isso", diz.

Para Worcman, além da publicidade, é preciso contar a divulgação dentro da própria plataforma. "O factual e de nicho tem chance se estiver na curadoria de recomendação do serviço", diz.

Impacto

Para Fábio Lima, a tecnologia pode causar um forte impacto no mercado de direitos de conteúdo. "A gente precisa de tempo para entender se vai mudar ou não. Pode haver uma quebra de paradigma. Champions League pode decidir não licenciar mais o campeonato e vender um aplicativo próprio, por assinatura, se tiver caixa para isso", diz.

Segundo Worcman, a plataforma impacta na audiência dos canais. "Alguns canais que compraram 'rerun' de séries que já estão em serviços de SVOD, acabaram tirando do ar. O canal fica em desvantagem competitiva nesse caso", diz.

Além disso, completa, existe o cord cutting, principalmente entre pessoas que podem viver sem esportes e notícias. No último ano, vimos movimentos de separação na relação programador/operador.

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