Oi quer converter dívida com a Anatel, hoje parte da recuperação, em TAC

A Oi deverá apresentar na reunião com mediação com a Anatel nesta quinta-feira, 24, uma proposta de converter parte da dívida com a agência em investimentos, como uma espécie de termo de ajuste de conduta (TAC) em troca de benefícios, incluindo descontos para o usuário final. O presidente da companhia, Marcos Schroeder, ressalta que ainda será uma conversa inicial, "sem números", mas com a intenção de demonstrar o que é importante para a empresa e para saber qual é o limite que o regulador colocaria nessa conversão. "O TAC não seria só investimento, pode ser benefício, temos uma infraestrutura (com a qual) podemos dar serviços para a população carente, esse serviço tem valor", sugeriu ele em conversa com jornalistas após debate no 60º Painel Telebrasil nesta quarta-feira, 23.

A ideia inclui oferecer serviços onde a Oi já conta com rede, inclusive oferecendo o que Schroeder chama de "bolsa telecom" para universalização. "Pode ser uma bolsa telecom e eu dar desconto, e parte ser abatida da dívida", afirma. "Não estou falando só de investimento, outras formas de fazer compensação." Além de ofertar banda larga para população de baixa renda, Schroeder diz que a Oi poderia ainda prestar serviço para órgãos públicos, hospitais e escolas. Mas ele ressalta que se tratam apenas de ideias, e que nada foi negociado ainda com a agência.

O executivo espera que a Anatel aceite essa "espécie de TAC como a própria Vivo concluiu nesta semana". No entanto, as regras poderiam ser diferentes dos acordos anteriores efetuados pelo regulador. O presidente da Oi reconhece que "eventualmente" o valor dos investimentos pode ser maior no processo de Recuperação Judicial (RJ)", mas que ainda será preciso negociar com a agência. E ressalta: na reunião, ainda serão apenas ideias, "não vai ter número".

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Interessados e credores

Sobre a demanda do comitê diretivo de credores, que na terça-feira apresentou petição nos autos da recuperação judicial da Oi, Marcos Schroeder afirma que a intenção deles é de pedir informações individualizadas das sete empresas do grupo que entraram no processo, já que, dessa forma, algumas teriam melhores condições para pagar dívida. "Mas acho que se tornar inviável para uma deles, para o grupo inteiro fica inviável", declara. "É muito importante para a própria saúde e para a perpetuação da Oi tratar a recuperação (assim), e até agora o juiz da 7ª Vara (Fernando Viana), tratar como bloco único."

A Oi contratou na segunda-feira, 21, o assessor financeiro Laplace Finanças para auxiliar a empresa no processo de recuperação e, segundo Schroeder, a empresa está aberta a ouvir os credores "e eventualmente fazer alguma correção do plano". "Pode ter coisas importantes para eles e que não tenha impacto tão grande para a companhia, poderíamos analisar", declara.

O executivo afirmou também que, embora algumas empresas interessadas em aquisição tenham procurado a companhia, outras apenas buscaram autoridades e outros players do mercado para "entender o momento". Mas ele afirma que a ideia é primeiro concluir, "ainda no primeiro semestre do ano que vem", a renegociação da dívida. Só após essa etapa é que haveria a possibilidade de conversa com investidores ou outros players para um eventual processo de consolidação. "Pessoalmente não  acredito neste momento que nenhum negócio teria a rapidez necessária para a gente concluir com algum investidor antes de renegociar a dívida", voltou a dizer. Schroeder alega ainda que o bilionário egípcio Nagib Sawiris, que deverá se reunir com a Anatel na próxima sexta, 25, também não chegou a procurar a companhia.

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