América Latina precisa de mais espectro, reclama 4G Americas

Com projeções de aumento exponencial da banda larga móvel na América Latina, fica em evidência a crescente demanda por mais espectro, na opinião do diretor da 4G Americas para a região, José Otero. Citando previsão da consultoria Ovum de março deste ano, que antecipa pelo menos 196 milhões de conexões LTE e 504 milhões de 3G no bloco regional, Otero volta a alertar para a necessidade de destinação de frequências e o papel dos governos em liberá-las. "É preciso muito mais espectro radioelétrico para poder promover o desenvolvimento das tecnologias e, com elas, poder abrir oportunidades para governos seguirem impulsionando projetos de telemedicina, educação e governo eletrônico", destacou em webinar nesta quinta-feira, 23.

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Na visão do diretor da entidade, apesar de alguns países destinarem mais de 400 MHz para a banda larga móvel, muitos estão apenas com o espectro "reservado", mas não necessariamente em uso. Ele cita o caso do Brasil, onde ainda não é possível utilizar a faixa de 700 MHz por continuar com a radiodifusão, situação semelhante à da Nicarágua. "Caso famoso é o do Chile, onde há empresas que têm, juntas, 90 MHz, e não usam. Elas anunciaram que irão operar como MVNO, porque têm espectro, mas não têm recursos financeiros para investir na rede", diz Otero.

Além de ressaltar essa demanda, ele também chama atenção para a necessidade de implantar backhaul de fibra para dar capacidade às estações radiobase, especialmente no caso do LTE-Advanced, que vai requerer frequências a mais, assim como futuros padrões. Para ele, o 5G "não vai ser uma tecnologia somente definida pela velocidade, mas terá todo um ecossistema de redes móveis que serão complementares. Por um lado vai incrementar a eficiência de espectro, por outro terá tecnologias auxiliares como Wi-Fi, femtocells, small cells e também o processo de LTE com espectro não licenciado, o LTE-U".

Gato por lebre

Enquanto José Otero clama por mais espectro para impulsionar a tecnologia na região, a consultoria IHS divulgou nesta quinta-feira uma análise sobre a chegada do 5G. Na visão da empresa, a quinta geração tem criado muito barulho e confusão, mas "pouca coisa substancial sobre o que é exatamente e o que não é". Entretanto, a empresa valoriza o esforço da União Internacional de Telecomunicações (UIT) em definir o padrão com o novo IMT-2020, definido recentemente. Mas alerta para a necessidade de se voltar ainda para o 4G, alegando que o desempenho da tecnologia ainda não cumpre o prometido. "A experiência (do LTE) está longe de ser consistente e está abaixo das expectativas", declarou em nota o diretor de pesquisa de mobilidade, infraestrutura e economia de operadoras da IHS, Stéphane Téral.

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