Desde a última sexta-feira, 20, quando a Vivo divulgou o resultado referente ao segundo trimestre do ano, cresce entre os analistas do mercado financeiro a idéia de que os investidores estejam trocando os papéis da Vivo pelos da TIM. Além do resultado da TIM ter vindo um pouco melhor que o da Vivo, o que reflete na queda dos papéis de uma e valorização dos da outra, um fator extra gerou certa desconfiança com relação às ações da operadora controlada pela Portugal Telecom e pela Telefónica.
Durante a teleconferência na última sexta, 20, os analistas ficaram sabendo que sob a rubrica ?despesas gerais e administrativas? está incluso uma taxa paga ao controlador Brasilcel no valor de R$ 42 milhões; management fee, no jargão do mercado. Segundo Eduardo Roche do Banco Modal, durante o ano passado inteiro, a Vivo pagou à Brasilcel a título de management fee R$ 8 milhões. Somando os R$ 42 milhões pagos no segundo trimestre deste ano com os R$ 33 milhões pagos no segundo, só no primeiro semestre de 2006 a Vivo já pagou nove vezes mais que todo o ano passado. ?Pegou muito mal?, diz ele. Depois do resultado da Vivo, segundo Roche, o mercado esperava que houvesse uma redução na margem Ebtida da TIM , assim como aconteceu com a Vivo, o que não aconteceu e acabou contribuindo para a elevação dos papéis da TIM.
A margem Ebtida da Vivo no segundo trimestre foi de 21%, 5,6 pontos percentuais menor que no primeiro trimestre. Na TIM houve uma pequena variação positiva de 0,9 pontos percentuais, atingindo 24,3%. ?Desde sexta-feira, está havendo uma migração dos acionistas da Vivo para a TIM. Como o balanço da TIM veio melhor que o da Vivo, esse movimento continua?, afirma Jacqueline Lison, da Fator Corretora. ?Os investidores não gostaram do management fee. Está havendo uma troca, as pessoas estão vendendo Vivo e comprando TIM?, diz Roger Oey, do Banif Primus.
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