Um novo modelo de venda de serviços de valor adicionado (SVA) para telefonia celular chegou ao mercado brasileiro. Trata-se da venda por assinatura, que faz sucesso na Europa há alguns anos. A italiana Dada, presente em mais de dez países, lançou o modelo no Brasil no final de dezembro com as operadoras TIM e Oi. A empresa quer oferecer o serviço em todas as demais operadoras nacionais. Sua estimativa é de alcançar 100 mil assinantes no País até o fim de 2007.
A empresa oferece uma assinatura semanal. O usuário paga um preço fixo por semana (R$ 4,99 na TIM e R$ 5,50 na Oi) e, neste período, tem direito a baixar dois conteúdos não premium (wallpapers, screensavers, ringtones monofônicos e polifônicos) ou um conteúdo premium (jogos, crazytones e truetones). Promocionalmente, a segunda semana é oferecida de graça. O serviço está sendo divulgado principalmente através de banners na internet e links patrocinados em sites de busca. Mas a empresa pretende testar outros veículos, como TV.
A vantagem do modelo de assinatura é ter uma receita garantida por semana. O desafio, porém, é fazer isso funcionar em um país com alta proporção de assinantes pré-pagos. Outro obstáculo é convencer as operadoras de que a assinatura de SVAs não tira receita de voz. ?Este é o grande medo das operadoras. Nossa experiência internacional mostra que a assinatura não canibaliza o serviço de voz. Em vez disso, faz aumentar a Arpu. Tentaremos demonstrar isso também no Brasil?, diz a gerente de operações da Dada no País, Jéssica Barbagallo. Segundo a executiva, no exterior o usuário permanece como assinante do serviço, em média, por quatro semanas.
Concorrência
A Dada foi a primeira, mas não será a única empresa a oferecer assinatura de SVAs no Brasil. Diversos outros agregadores e desenvolvedores que atuam no País estudam essa possibilidade. Todas as operadoras analisam o assunto. Além disso, há outros grupos internacionais chegando ao País trazendo esse modelo de vendas na bagagem. É o caso da Jamba, uma das maiores empresas de SVA da Europa.
Diversas fontes, porém, alertam para a necessidade de se tomar cuidado com a forma como a assinatura é oferecida ao usuário e a clareza do contrato. Houve muitas reclamações de consumidores na Europa contra algumas empresas que dificultavam o cancelamento da assinatura.
?De fato, tivemos competidores muito agressivos que contribuíram para uma imagem negativa do modelo. Queremos trabalhar junto às operadoras e ao nosso call center para evitar esse tipo de problema?, comenta Jéssica. Segundo a executiva, no caso da Dada o usuário é instruído sobre como cancelar a assinatura na mensagem que recebe de boas vindas. No website da empresa também consta essa informação. Além disto, os usuários podem cancelar a assinatura através do call center.
A Dada faturou 111,4 milhões de euros em 2006, montante 59,4% maior que no ano anterior. Seu lucro líquido em 2006 foi de 12,5 milhões de euros.