Google conclama radiodifusores a pensar em conjunto a evolução do serviço de TV

Convidar o principal executivo do Google para a abertura de um congresso de televisão no Brasil seria, até há bem pouco tempo, o mesmo que abrir a porta do galinheiro para a raposa. Pelo menos na visão das empresas de radiodifusão. Pois foi o que aconteceu nesta terça, 22, na abertura do Congresso da SET, que acontece esta semana em São Paulo, em um claro sinal de mudança nas relações entre a nova mídia e a tradicional. Segundo a presidente da Sociedade Brasileira de Engenharia de Televisão (SET), Liliana Nakonechnyj, para o consumidor, não interessa quem distribui o vídeo, contanto que esteja em sua tela. A revolução digital, disse, com suas novas modalidades de serviço, vem provocando mudanças no hábito de consumo de conteúdo. "A estratégia de mercado está cada vez mais inserida nos debates de tecnologia", finalizou, cedendo espaço na abertura do evento para Fábio Coelho, presidente do Google no Brasil.

O contraste entre os dois mundos é enorme. De um lado, um setor que sempre brigou com afinco para "defender o modelo", mesmo nos momentos de evolução tecnológica. Do outro, uma gigante online que – sem se abalar e em bem pouco tempo – criou, viu crescer e morrer uma plataforma como o Orkut, mas que ainda assim conta com sete plataformas distintas que chegam a 1 bilhão de usuários no mundo, 100 milhões apenas no Brasil. Incluindo o maior serviço de distribuição de vídeos do mundo, o Youtube.

O executivo do Google Brasil, como esperado, convidou a radiodifusão a pensar a evolução do serviço em parceria. "Os que outrora eram concorrentes podem colaborar", disse. Para ele, o novo mundo traz novas expectativas, com um consumidor mais arisco e impaciente. Para atender estas expectativas, inovadores procuram formas de "reduzir a fricção nas relações comerciais", e, assim, cortar etapas nas cadeias de valor já estabelecidas.

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"Temos que saber como o nosso ecossistema se mantém relevante nesse cenário", disse, lembrando que o consumo audiovisual está em processo de franca de revolução. "Consumimos muito mais hoje do que no passado. A tela do smartphone vem caminhando para se tornar a principal tela", disse.

A receita publicitária também vai se alterando e deve migrar do offline para o online. Para Coelho, as empresas têm que se capacitar tecnologicamente para tirar o máximo valor do conteúdo. A proposta de valor do Google se divide em três pontos:

* distribuição de conteúdo possibilitando o consumo em qualquer plataforma;
* garantir uma experiencia ao telespectador conectando-o ao conteúdo "sem emendas";
* monetização para o dono do conteúdo somando todos os canais sem canibalizar as outras plataformas.

"E vocês, estão em qual momento?", questionou.

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