Transformação digital tem que passar por entraves regulatórios

A agenda do governo de transformação digital tem trazido promessas para o setor de telecomunicações, mas é cada vez mais necessário que se destravem as barreiras para investimento. Essa foi a percepção dos painelistas que discutiram o tema durante o Painel Telebrasil 2019 nesta quarta, 22. O presidente da Sky, Estanislay Bassols, destacou que o nível de transformação digital tem um ritmo muito mais rápido do que pode acompanhar a regulação e a legislação no Brasil. "Como investir? Talvez o ponto é ser mais light na regulamentação e enxergar o que se busca nela", pondera. "Talvez não seja na regulação ou na legislação que a gente vai conseguir, mas sim deixando tudo mais leve, privilegiando mais."

Uma das amarras do setor é a necessidade do novo modelo de telecomunicações proposto no PLC 79/2016. Para Camila Tápias, diretora regulatória da Vivo, a mensagem do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM), de que o projeto deverá sair ainda neste semestre, trouxe esperança. "Agora a gente tem as atenções do Congresso voltadas ao setor; mais do que eu já senti em outras épocas", destaca. Ela avalia que vários agentes têm mostrado um entendimento comum e favorável ao projeto, como a mídia especializada, entidades de defesa do consumidor, Anatel e Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações. "Em tempos passados, a gente via muita desconfiança. Com o apoio da Anatel, do MCTIC e dessa consciência coletiva, acho que a gente pode avançar e, dessa forma, chegar à aprovação."

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Carlos Roseiro, da Huawei, destaca que a companhia tem compromisso com o Brasil, e que não vê sinais de impacto da guerra digital entre Estados Unidos e a empresa no País. "Pelo contrário, os sinais têm sido bem positivos e as perspectivas estão boas. Trabalhamos com todas as principais operadoras do Brasil e com outros setores, como TI e cloud. Estamos também lançando negócio para consumers, com smartphones. Então as expectativas estão bem positivas", comemora. Ele destaca ainda um acordo com o MCTIC para agilizar o prazo de aquisição de sites, em nível municipal, de 12 meses para sete meses.

"O mundo corporativo colocou projetos de transformação digital como prioridade. Digitais todos já somos – ainda não chega em todos os cidadãos, mas se criou uma espinha dorsal", declarou o presidente da Cisco Brasil, Laércio Albuquerque. O executivo acredita que o papel da empresa no País é de inclusão da sociedade por meio da empregabilidade e conectividade. "Você precisa preparar a população para a educação digital para vencer de verdade."

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