Telecom Italia estuda oficialmente integração com a Oi

Após muita especulação tanto sobre o futuro da Telecom Italia quanto da Oi, o conselho de administração da holding italiana aprovou em reunião extraordinária na tarde desta sexta, 21, o início de um processo para investigar a possibilidade de integração com a operadora brasileira, que viu naufragar sua tentativa de fusão com a Portugal Telecom após o calote de 897 milhões de euros da Rioforte. Em comunicado oficial, a Telecom Italia decidiu "dar poderes aos gestores (da empresa) para examinar em profundidade as opções para uma possivel integração entre a TIMPart e Oi". "Os próximos passos, se houver", continua o comunicado, "serão submetidos à aprovação do board, seguindo a opinião do comitê de diretores independentes".

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Para que a operação de integração da TIM com a concessionária brasileira aconteça, no entanto, o conselho de administração da italiana impôs algumas pré-condições: o negócio tem de ser rentável para os acionistas da Telecom Italia, obviamente, e não deve fazer com que a empresa da Itália se desvie da disciplina financeira que tem trilhado para tentar reduzir seu endividamento líquido que somava, ao final de setembro, 26,6 bilhões de euros. Para tanto, a Telecom Italia quer acesso à contabilidade da Oi, para evitar surpresas desagradáveis. A Oi, vale lembrar, se encontra em uma situação financeira complicada face a um endividamento líquido de cerca de 14 bilhões de euros – mais de três vezes superior a seu valor de mercado (4,2 bilhões de euros na cotação de hoje da BM&FBovespa) – e alta alavancagem, a divida corresponde a mais de quatro vezes sua geração de caixa medida pelo EBITDA. Tal situação financeira deixou a Oi de fora do leilão de 700 MHz para o 4G realizado pela Anatel e a ausência da operadora do certame pode inferir justamente um caminho de fusão com outra operadora brasileira que já tenha adquirido as frequências ou ainda a aquisição por um operador internacional – que poderia recuperar o espectro de 700 MHz em futuro leilão.

Outro ponto a ser considerado pela Telecom Italia é o ônus regulatório da concessão de telefonia fixa da Oi, com obrigações de atendimento e qualidade em áreas sem viabilidade econômica, algo de que a TIM está livre hoje. O ponto positivo para os italianos seria ter acesso ao backbone e ao backhaul nacional da Oi, que seria complementado em São Paulo pela rede de fibra adquirida pela TIM da Atimus, antiga AES Eletropaulo Telecom. Além disso, a TIM somaria ao seu portfólio de serviços o negócio de TV por assinatura da Oi, cuja base de DTH somou mais de 1 milhão assinantes ao final de setembro, de acordo com dados da Anatel.

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