Operadoras discutem a evolução das redes de fibra; meta é mais velocidade e menor custo

A evolução das redes fixas de banda larga aponta para a adoção de redes PON, em fibra ótica, mas dentro desse universo as tendências tecnológicas estão mudando bastante nos últimos anos. Até dois anos atrás, a tecnologia candidata a dominar a cena era a XG.PON, mas os debates realizados durante o Broadband World Forum, que acontece esta semana, em Londres, mostram um novo rumo. Grandes operadoras como BT, Vodafone e Verizon, que estão liderando a implantação de redes óticas nos EUA e na Europa, estão colocando as suas fichas na tecnologia nas redes NG-PON2. A principal característica desse tipo de configuração é que está baseada no uso de vários comprimentos de onda na mesma fibra (TWDM-PON). Cada laser opera em um comprimento de onda (cor), e a mesma fibra pode carregar, nessa configuração de rede, várias cores diferentes.

Para Gavin Young, diretor de redes de acesso fixas da Vodafone, essa tecnologia apresenta uma série de vantagens para os operadores. Uma delas é a modularidade: a operadora pode montar a rede e expandi-la progressivamente acrescentando novos comprimentos de onda, inclusive usando equipamentos de fornecedores diferentes. Outra vantagem, no entendimento da Vodafone, é que o compartilhamento da rede também é mais simples, porque pode ser feito também por meio da cessão de determinados comprimentos de onda a terceiros. "Ainda falta alguma padronização, os equipamentos têm que ficar mais baratos um pouco e precisamos de mais testes de campo, mas em 2016 já veremos as primeiras operações comerciais", diz ele.

Para Vincent O'Byrne CTO da Verizon, uma das operadoras que mais pesadamente investe na expansão de sua rede de fibra, o modelo original, baseado na tecnologia BPON, está hoje ultrapassado porque as velocidades entregues são "baixas" (cerca de 100 Mbps assimétricos). Já as redes GPON (mais comuns hoje) também estão limitadas a 1 Gbps. Com NGPON2, é possível chegar a 10 Gbps. "A vantagem de poder escalonar a expansão da rede e usar múltiplos fornecedores também pesa", diz O'Byrne, que também destaca a possibilidade de uso simétrico da rede, com velocidades de upload e download iguais. "Os americanos estão adotando TVs de 50 polegadas como padrão e logo teremos uma onda de TVs de 100 polegadas. Já temos muito conteúdo de vídeo em 4K trafegando, muito conteúdo gerado pelo usuário", diz ele, apontando os fatores de pressão sobre a rede. "Hoje estamos com ofertas de até 500 Mbps e logo chegaremos a velocidades comerciais de 1 Gbps. O conteúdo on demand deve ser um complicador agora", diz ele.

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