Oi aposta na capitalização para aumentar Capex em R$ 2 bilhões por ano

Em seu balanço financeiro do segundo trimestre, a Oi ressaltou que, apesar das quedas nas receitas, a melhora no fluxo de caixa e na economia de custos demonstram que a companhia busca eficiência operacional apesar do processo de Recuperação Judicial. Mas há na empresa a determinação que a proposta de aumento de capital é fundamental para permitir à tele se manter competitiva. Durante a teleconferência dos resultados nesta quinta-feira, 10, o CEO Marco Schroeder indicou que ainda trabalha com o valor de R$ 8 bilhões na capitalização, e que isso permitiria chegar a um patamar de Capex mais "confortável" para as operações nos próximos quatro anos, com acréscimo de R$ 2 bilhões por ano.

"Pelos projetos que a gente identificou, a gente tem conforto no patamar de R$ 7 bilhões [anuais] para os principais projetos de core e de acesso", declarou. Atualmente, a empresa está dedicando em média R$ 5 bilhões em Capex no ano, sendo R$ 1,229 bilhão no último trimestre (aumento de 1,1% anual e 21,2% da receita líquida). Schroeder destaca que esses projetos têm como foco a expansão da cobertura móvel em 4G, embora não tenha detalhado como pretende realizar isso (a operadora não conta com a faixa de 700 MHz); aumento da rede FTTH para disponibilizar mais velocidade em banda larga e vídeo em cidades além de Rio de Janeiro e Belo Horizonte; e o processo de digitalização da empresa.

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Boa parte do aumento de capital virá de "dinheiro novo canalizado para investimento", mas Schroeder espera que alguma parte seja por meio de conversão de dívidas. "Ainda é cedo para falar, mas estamos conversando com acionistas e credores para a gente ver como coloca esse desenho", afirma.

Alternativas

Há ainda as alternativas para investimento como os Termos de Ajustamento de Conduta (TACs) e o PLC 79. Para o projeto de lei, que altera o modelo de concessões, Schroeder alega que "recebe sinais de que (o PLC) deveria andar". Sobre a conversão das multas em investimento, ele reafirmou que espera um senso de urgência com os TACs, e menciona ainda a possibilidade de usar a MP 780/2017 – com ela, a Oi poderia resolver dívidas não-tributárias, inclusive com a dívida com a Anatel, já que ela pode converter a parcela de juros e mora devida pelo refinanciamento em 240 meses (20 anos) em investimentos. A apreciação do relatório do senador Wilder Morais (PP-GO) na Comissão Mista acontecerá na próxima semana.

O executivo também volta a sugerir que há maior necessidade de cooperação com a concorrência. "Achamos que a indústria tem que pensar diferente, com questões de swap e compartilhamento, temos conversa com outros operadores e estamos em um ponto ótimo", declara. Ele destaca que a Oi é um dos principais fornecedores de infraestrutura de telecom no atacado no País. "Muitas vezes, parceiros complementam cidades onde não temos presença tão forte, temos relação com milhares de pequenos provedores e mesmo os grandes provedores, através de EILD e fibra", diz.

Contudo, Marco Schroeder não ficou feliz com a decisão da Anatel no processo sobre o pagamento de EILD a favor da TIM. "Estamos tentando recorrer", declara. "Nossa opinião é que preço é baixo e não incentiva ninguém a construir rede, é algo que a gente acha que poderá ter impacto", complementa.

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