Com limpeza na base pré-paga, mercado móvel encerra 2016 em queda

Tradicionalmente, dezembro é quando as operadoras promovem uma limpeza de base, desligando chips inoperantes, para evitar a incidência de Fistel sobre linhas que não existem na prática. Por conta disso, o mercado brasileiro do serviço móvel pessoal (SMP) encerrou 2016 com uma queda mensal de 1,76%, ou 4,381 milhões de desligamentos, totalizando 244,066 milhões de acessos, segundo dados divulgados pela Anatel nesta quinta-feira, 19. Mas no ano, a redução foi de 5,33%, ou 13,727 milhões de acessos, especialmente pela queda na base 3G, que desligou mais números do que a 2G, indicando que, além da migração de tecnologia (para o LTE), o fim do efeito comunidade com a redução de tarifas off-net (VU-M) causou grande impacto.

O desligamento da base naturalmente afeta o segmento pré-pago: foram 5,286 milhões de desconexões no mês, uma redução de 3,11%, totalizando 164,699 milhões de acessos (67,48% da base total brasileira). No ano, a redução foi de 10,75% (19,841 milhões de desligamentos). Já o pós-pago cresceu 904,9 mil acessos no mês (1,15%) e 6,113 milhões no ano (8,35%), totalizando 79,367 milhões, ou quase um terço (32,52%) do total do mercado. Em dezembro de 2015, era 28,42%, enquanto em 2014 esse percentual era de 24,15%.

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Enquanto a base 4G continuou a impulsionar o mercado, contabilizando quase 4 milhões de adições (terceiro recorde seguido), a tecnologia WCDMA caiu 5,448 milhões de acessos (4,37%), totalizando 119,1 milhões de linhas. Em 12 meses, a queda acumulada foi de 30,018 milhões de acessos, uma redução de 20,13% na base. Seguindo esse ritmo, 2017 acabará com menos de 100 milhões de acessos 3G, sendo enfim superado pelo LTE.

Por sinal, a quarta geração continua em forte crescimento, com 3,998 milhões de adições em dezembro e acumulando 34,657 milhões (136,2%) em 12 meses. No total, a tecnologia encerrou o ano passado com 60,104 milhões de acessos. Mantendo o mesmo ritmo em 2017, encerraria o ano beirando as 100 milhões de conexões, tornando-se assim a maior parte da base brasileira. Dependerá da política das operadoras de incentivo à migração e da disponibilidade: com o desligamento da TV analógica, o espectro de 700 MHz poderá enfim ser liberado em grandes cidades como São Paulo, aumentando significativamente a cobertura, mas este efeito só deve ser sentido em 2018. Em 2017, a expectativa é de operacionalização das redes de 700 MHz em cidades em que não é necessária a limpeza do espectro. Além disso, a estratégia de refarming da faixa de 1,8 GHz poderá promover o LTE em regiões que ainda não contam com a cobertura de 2,5 GHz e que ainda não podem usar o 700 MHz.

Por outro lado, como a compatibilidade de dispositivos (com o 4G e com as novas frequências) e a necessidade de trocar SIMcard podem ser impactadas por fatores econômicos externos. Ainda há a incógnita da entrada de pequenas operadoras, que compraram espectro no leilão de sobras.

A própria redução da base 2G influenciará nesse panorama. Em dezembro, a tecnologia de legado reduziu a base em 2,979 milhões de acessos (5,89%). No acumulado do ano, foram 18,364 milhões de linhas desligadas, uma redução de 27,83%. A limpeza dessa base permitirá o reaproveitamento do espectro para o LTE. Vivo, TIM e Claro já estão promovendo iniciativas com a faixa de 1,8 GHz. Ainda assim, o País não deverá ter um desligamento total como aconteceu com a AT&T nos Estados Unidos – pelo menos não em 2017. Confira no gráfico acima como foi a evolução das principais tecnologias no período.

M2M

Fora a quarta geração, a única categoria de tecnologia que apresentou crescimento em dezembro foi a de máquina-a-máquina (M2M) Especial, ou seja, sem intervenção humana. Foram 190,4 mil adições líquidas (3,62%), totalizando 5,447 milhões de conexões. No ano, o crescimento foi de 1,522 milhão (38,79%). Já o M2M Padrão reduziu 46,3 mil acessos (0,63%), totalizando 7,287 milhões de acessos.

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