Ericsson prevê 150 milhões de conexões 5G já em 2020

A Ericsson já estabeleceu parcerias com 20 operadoras no mundo para trabalhar com a 5G, mesmo que ainda sem a padronização da tecnologia. Em anúncio nesta segunda-feira, 22, durante a Mobile World Congress 2016 em Barcelona, o CEO da companhia, Hans Vesterberg, confirmou o início dos testes ainda neste ano – um deles será com a Claro no Brasil, embora ainda não tenha detalhes sobre a iniciativa, que ainda está em fase de estudos técnicos prévios.

Essas implantações pré-comerciais servirão de caminho para a futura padronização, ele espera. "Acho que o padrão será sim em 2020, mas se você ver as tecnologias anteriores, sempre acontece cada vez mais cedo", compara Vesteberg. Ele prevê que, por conta dos testes avançados começando já neste ano, quando a padronização finalmente for completada, daqui a quatro anos, já haverá 150 milhões de acessos no mundo.

A diferença da 5G para as gerações anteriores, diz o CEO, é que haverá convivência pacífica com as demais tecnologias, sem canibalização. Além disso, há um esforço conjunto da indústria para trabalhar no desenvolvimento da tecnologia. Ele explica que as iniciativas são especialmente na Coreia, Japão e Estados Unidos, mas que a Europa também terá papel importante. No Brasil, a Ericsson conta com parceria com a Universidade do Ceará para o desenvolvimento de interface 5G.

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"O padrão não está definido ainda, mas estamos tentando fazer a evolução ocorrer da melhor maneira possível", disse Vesterberg, mostrando que a miniaturização de componentes fará com que o foco seja maior no software desta vez. Ele explica que a transição para o 5G ocorrerá de forma mais suave para o consumidor, já que haverá a convivência com as tecnologias anteriores, mas não chegou a dar previsão de impacto no fluxo de receita da companhia no futuro.

O foco da Ericsson é no cenário centrado em Internet das Coisas (IoT), aplicações em nuvem e conectividade 5G, que permita a conexão de mais usuários/dispositivos, maiores velocidades, menores latências e maior volume de tráfego,

Seguindo o usuário

Uma das tecnologias apresentadas em demonstração na MWC é a Beam Shaper, que utiliza uma estação radiobase (ERB) que foca o sinal no usuário em movimento, permitindo uma maior concentração da capacidade. É como se houvesse um direcionamento de sinal com uma parabólica diretamente sobre o usuário, mas isso é feito por meio de um painel eletrônico com 64 mini-antenas, que, coordenadas eletronicamente, permitem a transmissão em fase para direcionar o beam. O aparelho demonstrado utiliza a faixa de 15 GHz com uma capacidade de 800 MHz de banda, com a agregação de oito portadoras (com 100 MHz cada). As velocidades alcançadas são de 25 Gbps e latências da ordem de 1 ms. O protótipo, fruto das pesquisas antecipadas já no ano passado durante a CES, em Las Vegas, é um dos casos que poderá ser adotado nos testes da nova tecnologia no Brasil.

* O jornalista viajou a Barcelona a convite da FS

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