"O setor não comporta mais carga tributária", diz Rodrigo Abreu sobre a Condecine

O presidente da TIM, Rodrigo Abreu, acredita que o argumento das teles contra o recolhimento da Condecine (contribuição destinada ao financiamento das atividades da Ancine e do Fundo Setorial do Audiovisual – FSA) é não apenas correto, mas necessário em um momento de retração econômica. "Há bastante dificuldade de absorver aumento de carga tributária mais uma vez em um item não relacionado a objeto de atuação do setor", declarou o executivo durante teleconferência para analistas nesta sexta, 5. "O setor não comporta, não aguenta", reclama.

No entanto, Abreu diz que o movimento liderado pelo SindiTelebrasil não significa uma batalha com o setor audiovisual. "Isso não significa de maneira nenhuma uma disposição de enfrentamento, mas apenas que o setor não comporta mais aumento da carga tributária", justificou.

Revisão

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A liminar contra o recolhimento da Condecine não é o único desafio para a empresa e para o setor neste ano. Abreu afirma que, no debate sobre a revisão do modelo de telecomunicações, haverá "oportunidades específicas", mesmo que a empresa não atue como concessionária. "Mais do que olhar para o futuro, vemos o que é possível hoje, e uma das coisas que fizemos foi tentar acelerar as vendas de telefone fixo (como autorizada)", disse. A receita neste setor foi uma das únicas a apresentar resultado positivo no último trimestre (aumento de 11% junto com banda larga da Live TIM), embora com volume de R$ 1 bilhão, quantia muito menor do que as demais receitas.

Independente disso, o presidente da TIM acredita que as mudanças no marco regulatório podem ser favoráveis à operadora. "Qualquer mudança de regulação para tornar o setor mais saudável, sustentável e apto a investimentos nos interessa", completou.

Consolidação

Como de praxe em todas as teleconferências de resultados financeiros da TIM, Rodrigo Abreu precisou endereçar perguntas sobre consolidação com a Oi – e agora, também especulada com a Nextel – com a resposta de sempre: a empresa está focando no crescimento orgânico, mas não descarta. "Não recebemos proposta, nem negociação, e não é um tema ao qual estamos dedicando atenção", garante.

Fim do Bluebox

A escolha da empresa por descontinuar o set-top box IP Bluebox, informação antecipada pelo noticiário Tele.Síntese, foi uma tomada de decisão para priorizar investimentos mais importantes para a empresa, conforme justificou o diretor de marketing (CMO) da TIM, Rogério Takayanagi. "Alguns projetos (menos estratégicos) demandavam investimentos importantes, então decidimos sair, como foi o Bluebox", afirmou. O executivo indicou um foco maior nas plataformas over-the-top (OTT) como a Netflix, e que a venda de banda larga "naked", isto é, sem bundle com TV paga, permite "vantagem competitiva" no momento de crise. Mas não significa que a estratégia com OTT seja restrita à banda larga fixa. "O vídeo é o futuro, principalmente em mundo de dados, em todas as plataformas, tanto fixo, quanto móvel, então nossa estratégia evoluiu."

3 COMENTÁRIOS

  1. O video é o futuro… e não pagam a condecine??? Na entrevista, o presidente da Tim diz que não querem uma guerra e sim evitar aumentos na tributação, mas o que fizeram foi suspender o pagamento da condecine… porque não entraram com uma liminar contra o aumento, então?

  2. Essa condecine está errada no aspecto tributário. Se quiserem ter uma CIDE para o mercado audiovisual, o ideal é tributar a receita operacional das radiodifusoras, programadoras e operadoras de TV por Assinatura, distribuidores de conteúdo audiovisual e grandes exibidores estrangeiros, na faixa de 2,5% a 3%. Isso seria uma condecine correta, mas o governo não quer comprar essa briga com os grupos de mídia e apela pra gambiarra. Esse valor da condecine da seles deveria ser utilizado para financiar a expansão da banda larga de alta capacidade, inclusive com muitos pontos gratuitos. E o ideal mesmo é que a carga tributária sobre telecom fosse reduzida. Tem estado que cobra 35% de ICMS e quem paga isso é o usuário/consumidor! A cada R$ 100,00 na conta, R$ 35 é ICMS, fora a montanha de outros tributos.

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