Refarming é a arma da TIM para aumentar cobertura 4G

Espectro eletromagnético, radiofrequência, frequência

No começo do mês, a TIM anunciou que havia ultrapassado a meta de 400 cidades cobertas com o 4G no Brasil em 2015 e que tinha como novo objetivo chegar a mil municípios até o final deste ano. A arma para isso é a utilização da faixa de 1,8 GHz com o refarming da faixa (ou seja, o uso das frequências que antes eram destinados aos serviços de voz), como confirmou a este noticiário o diretor de marketing da operadora, Rogério Takayanagi. O executivo informa que o andamento do projeto de remanejar a frequência do GSM para o LTE tem trazido resultados positivos, especialmente pela facilidade de implantação com uma infraestrutura já pronta.

"Como já tínhamos as antenas e já estavam prontas para aquela frequência, fazer o upgrade para o 4G é fácil, o que faltava era o backhaul, mas a gente foi conectando as fibras", disse ele após apresentação na Campus Party nesta quinta-feira, 28. Assim, o roll-out da tecnologia LTE com esse espectro foi apenas uma questão de "virar de uma vez" a rede.  "Tiramos o atraso histórico que a gente tinha, não precisamos mais de uma rede fixa, já construímos o backbone e agora é o upgrade para o 4G", afirma.

O diretor de marketing explica que, de 2012 para cá, a TIM conseguiu melhorar sua infraestrutura para suportar o maior volume de dados, algo que demandou mais investimentos. "O pesado do nosso Capex era fibra, transporte; depois passou para acesso; e agora o 4G está ganhando um percentual enorme, então a parte de transporte mais pesado a gente está bastante confortável", afirma. Assim, o foco dos investimentos será na banda larga móvel, enquanto a Internet fixa da Live TIM continuará voltada aos estados de São Paulo e Rio de Janeiro.

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Takayanagi comenta também que a percepção do usuário demora até um ano e meio para mudar, mas a utilização do 1,8 GHz já tem mostrado resultados e que o refarming "funciona super bem". "Talvez o melhor benefício seja a penetração indoor com qualidade de banda, quantidade (menor) de antenas e melhor experiência do cliente", declara, comparando com a faixa de 2,5 GHz, que conta com menor raio de cobertura.

Por outro lado, a estratégia com foco no LTE enfrenta o desafio de lidar com a baixa penetração dos terminais. O executivo da TIM diz que a empresa está trabalhando para conseguir preços mais acessíveis nos smartphones, mas as condições econômicas com a alta do dólar e o fim da desoneração da Lei do Bem não ajudam. "Nosso plano a gente trabalha com dólar mais baixo; eu queria chegar no 4G de entrada muito baixo, mas agora está mais difícil, então vamos dar uma desaceleradinha." Segundo últimos dados do setor da Anatel, referentes ao mês de novembro de 2015, a TIM contava com 27,92% do mercado de 4G, com 6,304 milhões de acessos (atrás apenas da Vivo, com 8,393 milhões de linhas e 37,17% de share).

LTE-Advanced

A baixa penetração de dispositivos também prejudica o plano de implantação da agregação de duas três portadoras com o LTE-Advanced, anunciado em outubro do ano passado. Rogério Takayanagi revela que os testes têm mostrado que a tecnologia tem funcionado bem, mas ainda são poucos os aparelhos compatíveis. "Talvez o maior desafio para ter impacto comercial é ter handset", revela.

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