PTTs não podem ser obrigatórios

A importância da troca de tráfego é medida em vários aspectos, não apenas na eficiência da conexão, mas também no custo. A questão é que obrigar a prática pode não ser uma boa saída, como ficou claro durante debate de grupos de trabalho do Fórum de Governança da Internet (IGF 2015) nesta quarta-feira, 11, em João Pessoa. Na avaliação do conselheiro de políticas da Autoridade Canadense de Registro de Internet, Allan MacGillivray, os pontos de troca de tráfego (PTTs) precisam florescer de maneira natural. "Tem que haver um interesse, não em simplesmente fazer isso, mas uma racionalidade comercial para que os atores e participantes vejam vantagens, e leva tempo para que esses atores vejam os benefícios", disse. Entre os benefícios estão melhorias no desempenho, na redundância, na resiliência e no preço do tráfego.

Isso fica evidente com o caso da Argentina. O presidente da Câmara Argentina de Internet (Cabase), Ariel Graizer, destaca que, à princípio, o governo local tentou forçar a política de PTTs. "Quando você abre o PTT, a disponibilidade de tráfego e a capacidade são a diferença", declarou. O ponto argentino agora aceita não apenas operadoras, mas provedores de conteúdo para promover o tráfego local. Com isso, o preço por megabit caiu de US$ 400 para US$ 18 em lugares até 2 mil km de Buenos Aires.

O PTT.br, do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), é um exemplo de política de troca de tráfego que conseguiu maior eficiência. O diretor de projetos especiais e de desenvolvimento do NIC.br, Milton Kaoru Kashiwakura, diz que o desenho com as Sociedades Autônomas (AS) aumentou de 177 em 2004 para 3.600. E agora, cerca de 60% do tráfego no Brasil passa pelos PTTs.

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