Hughes lança banda Ka para mercado de massa em junho de 2016 e já planeja expansão

Com mais de 1,3 milhões de assinantes de banda larga via satélite utilizando a banda Ka nos Estados Unidos, a Hughes se prepara para lançar o serviço para o mercado residencial no Brasil em junho de 2016, que é quando o satélite Eutelsat 65 West A, a ser lançado no início do ano que vem, entra em operação.

Ainda em abril de 2014 a Hughes anunciou a compra de todo a capacidade em banda Ka do 65WA dedicada ao Brasil, que cobre cerca de 4 mil municípios.

"Nossa estratégia no Brasil é muito clara para os próximos dez anos e está definida. O projeto de banda Ka é um projeto que vai acontecer, independente do dólar e da crise. Toda a capacidade da Eutelsat (do 65WA) para os próximos 15 anos já foi comprada e paga pela Hughes do Brasil e com esse primeiro satélite cobriremos 4 mil municípios com 25 Gbps de capacidade", conta o CEO da Hughes no Brasil, Delio Morais.

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Mas os planos da Hughes para a banda Ka no Brasil vão mesmo até 2020. "Para uma segunda fase, já compramos o payload em banda Ka de outro satélite com cobertura no Brasil que ainda não posso revelar, mas que será lançado em 2018 e estenderá nossa cobertura para 4,8 mil municípios. E em 2019, 2020, que é quando a frota da OneWeb entra em operação, cobriremos teremos cobertura completa do território brasileiro", explica Morais. Além de acionista da OneWeb, a Hughes irá comercializar 50% de toda a capacidade de banda larga da operadora para o Brasil, revelou o executivo durante o Congresso Latino-Americano de Satélites nesta quinta, 15, no Rio de Janeiro.

O executivo disse que o pacote de banda larga por banda Ka mais simples será de uma conexão de 10 Mbps com 20 GB de franquia no horário normal e 40 GB no horário de menor tráfego, mas não revelou o preço.

Banda larga para o varejo

Morais fez questão de ressaltar que o negócio de banda larga para o mercado consumidor será a nova derivada de crescimento da companhia no Brasil. "Se me pedirem backhaul eu faço, mas tem muita gente que vai oferecer isso. Podemos fazer outras coisas, mas nosso negócio mesmo é o mercado consumidor", diz o executivo, ressaltando que em momentos de crise como esse que a operadora deve aproveitar para crescer.

A entrada no mercado residencial, entretanto, deve se dar através de parcerias com canais para a venda. Assim como a Yahsat, prováveis parceiros são antenistas acostumados a instalar VSATs para TV por assinatura ou mesmo operadoras de DTH sem banda larga. Nos EUA, por exemplo, a operadora de DTH DirecTV vende a banda Ka da Hughes. Segundo Morais, a Hughes chegou a iniciar conversas com a Sky, controlada da DirecTV, para ser um canal de venda de sua banda larga, mas as conversas esfriaram depois que a DirecTV foi adquirida pela AT&T.

Perguntado se haveria interesse de uma aquisição da Sky pela Dish (empresa do bilionário Charles Ergen, mesmo controlador da Hughes), Moraes disse que não pode falar pela estratégia de seu acionista, mas que o fato de a AT&T ter adquirido a DirecTV e eventualmente decidir vender suas operações na América Latina (incluindo a Sky) adicionou uma nova variável.

DTH na prateleira

Sobre a operação de DTH que havia sido anunciada em 2013, Délio Morais disse que esse projeto está na prateleira, em estado de espera, pois depende de um parceiro que possa fazer a distribuição, marketing e vendas. Originalmente, foi desenhada uma parceria com a GVT, que acabou não dando certo. "O que posso dizer é que ao final do prazo de cinco estabelecido pela Anatel teremos o satélite com a capacidade em banda Ku na posição orbital que adquirimos, pois o satélite está contratado e em construção". Esse prazo se esgota em 2018. Ele disse que o plano de encontrar um parceiro permanece e que não descarta voltar a conversar com empresas com quem a Hughes já havia conversado. Antes da GVT, Telefônica e Oi foram sondadas pela empresa, e com a Telefônica o acordo chegou perto de ser fechado.

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