Telefónica pode deixar grupo de controle da Telecom Italia

O presidente e CEO da Telecom Italia, Franco Bernabè, conseguiu uma pequena vitória na reunião do conselho de administração da holding italiana realizada nesta quinta-feira, 11, quando o conselho aprovou um comitê especial, a ser presidido por Bernabè, para verificar "em um curto espaço de tempo" o interesse da empresa em dar continuidade às negociações de fusão de sua divisão de telefonia móvel doméstica com a 3 Italia (H3G), do grupo Hutchison Whampoa.

Notícias relacionadas
Segundo comunicado oficial da Telecom Italia, controladora da TIM no Brasil, a proposta do grupo chinês baseado em Hong Kong de fusão das operações móveis de ambas as empresas prevê que a Hutchison Whampoa adquira uma participação acionária na Telecom Italia e venha a se tornar o maior investidor individual da holding italiana. Vale lembrar que hoje o maior acionista individual da Telecom Italia é a espanhola Telefónica, que detém indiretamente 10,5% do capital do grupo italiano. A participação da Telefónica se dá como acionista majoritária da holding Telco, maior acionista da Telecom Italia com 22,4% de participação.

A entrada de um novo investidor seria uma oportunidade para que acionistas da Telco insatisfeitos com a desvalorização das ações da Telecom Italia deixassem o negócio. E o que se tem ventilado no mercado é que a Telefónica estaria, sim, disposta a deixar o grupo de controle da Telecom Italia, onde está desde 2007.

Bernabè ainda terá muito trabalho nos bastidores. Vale lembrar que foi a Telco, e em última instância a Telefónica, quem rejeitou no final do ano passado uma oferta de injeção de capital de 3 bilhões de euros do empresário egípcio Naguib Sawiris. O negócio necessitaria também de aprovação dos órgãos reguladores italianos, uma vez que poderia diminuir a competição no mercado móvel daquele país. A Itália tinha ao final de dezembro, segundo dados da Agcom, órgão regulador italiano, 92,78 milhões de linhas móveis em serviço. A líder de mercado era a Telecom Italia, com 34,7% dos acessos; seguida pela Vodafone, com 31,7% de participação de mercado; Wind, com 23,4% de share; e 3 Italia, com 10,3%.

Desagregação da rede

A fusão com a H3G é uma das possibilidades para a Telecom Italia tentar reduzir parte de sua pesada dívida líquida, que encerrou 2012 em quase 28,3 bilhões de euros. Outra possibilidade que deve avançar é a venda de sua infraestrutura de cobre, avaliada em 15 bilhões de euros. A reunião do conselho desta quinta também autorizou o a diretoria da Telecom Italia a definir um processo operacional e a viabilidade de uma separação estrutural da rede de acesso da operadora.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
CAPTCHA user score failed. Please contact us!