Privatizações foram feitas de forma indevida, diz Lessa

O presidente do BNDES, Carlos Lessa, afirmou durante audiência pública realizada na Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara dos Deputados, que, mesmo descontando sua posição pessoal contrária à privatização, no Brasil a privatização dos serviços públicos foi feita de forma indevida.
Na opinião do presidente do BNDES, o principal problema foi a prioridade à obtenção de recursos com a venda das empresas sem considerar corretamente as garantias e os benefícios que a operação poderá resultar: ?a atual diretoria do banco herdou uma carteira tecnicamente imperfeita do ponto de vista bancário, que estamos tentando resolver. Quando se prioriza apenas o lucro da operação, acaba-se encontrando pela frente é um comprador complicado mais à frente?, afirmou. O presidente do BNDES lembrou especialmente a privatização da Cemig, quando foram vendidos ?por um ágio bastante robusto? 33% do controle da empresa. Na ocasião, foi determinado que o BNDES financiaria 50% do vencedor, o que foi realmente feito. Acontece que foi feito um contrato, posteriormente contestado na Justiça pelo governo de Minas Gerais, que daria direito ao comprador destes 33%, minoritários, portanto, o controle da empresa, e a prioridade na compra do restante das ações ordinárias. A operação beneficiava a AES e os fundos vinculados ao Banco Opportunity. Com a ação judicial, o comprador deixou de pagar as parcelas relativas ao financiamento. Lessa lembrou que depois de ?retirar do armário o maior dos esqueletos da privatização? negociando uma solução para o impasse para a AES na Eletropaulo, agora ?estamos tentando também através de negociação, resolver o outro esqueleto, o da Cemig?. Em relação a este processo, o banco estatal espera reaver todo o valor investido. Lessa manifestou ainda seu apoio a uma possível Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar a venda da estatal mineira.

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