A livre negociação de tarifas de interconexão entre operadoras fixas e móveis a partir julho já polariza as teles envolvidas. Enquanto a Claro manifestou sua posição contra a livre negociação no momento, por entender que não há equilíbrio de forças, a Telemar se posiciona totalmente favorável. ?É a única esperança que temos de conseguir racionalidade neste mercado de atacado?, argumenta o diretor da unidade de negócios atacado da Telemar, Marcelo Pereira. ?Há teles móveis poderosas que cobram muito alto.? Pereira destaca que em algumas localidades não se justifica o valor que as móveis cobram das fixas.
Para o executivo, a regulamentação é clara: a partir do dia 30 de junho vigora a livre negociação. ?E eu vou querer pagar menos?, avisa. Se houver problemas, promete dar queixa na agência reguladora. Pereira tem iniciado os contatos com as operadoras móveis e diz que algumas se recusam até a conversar. Mesmo assim, pretende apresentar duas propostas: a primeira é dividir a inadimplência, ou seja, só pagar à operadora móvel se o usuário também pagar sua ligação. Ele reclama que atualmente tem que pagar a tarifa de interconexão normalmente mais os impostos, mesmo que o cliente não pague. A segunda proposta é que nas regiões onde exista uma diferença significativa do VU-M (tarifa de rede móvel) das operadoras móveis, que seja nivelado pelo VU-M mais baixo. Acrescenta que a briga não é entre operadoras, mas entre classes de usuários. Garante que quer repassar qualquer ganho aos usuários e poder fazer promoções nos mesmos moldes que as móveis fazem.
O executivo rebate o argumento de que a negociação assistida pela Anatel seria para proteger as operadoras de bandas B, D e E. Para ele, não importa se a tele móvel é grande ou pequena, é ela que detém o meio de chegar ao cliente. ?É um poder monopolítico?, reclama. ?A Anatel deveria nos proteger, proteger o usuário fixo. Toda chance que a Anatel teve para diminuir tarifas, o que fez, em geral, foi diminuir a margem das fixas.?
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