Citi sai em defesa do Opportunity contra Telecom Italia

O Citibank está ativo e presente na discussão entre o Opportunity e a Telecom Italia (TI) para a volta ou não da operadora italiana ao controle da Brasil Telecom. O banco norte-americano enviou em 4 de maio último uma carta aos controladores da BrT (Techold e Timepart), carta esta que é usada na sustentação do Opportunity junto ao Cade na briga com a TI. O texto do documento, cedido ao TELETIME News pelo próprio Cade, dá um testemunho claramente favorável ao Opportunity na briga.
Quem assina a carta é Mary Lynn Putney, diretora administrativa do Citigroup Global Investments, divisão de mercados emergentes e private equity. Segundo o testemunho da executiva, ela teria participado, em uma série de conferências telefônicas referentes à saída da Telecom Italia do controle da Brasil Telecom em 2002. Ela relata que no verão daquele ano (não diz se no verão do Hemisfério Sul ou Norte), como representante do Citi, participou de conferências com Daniel Dantas e Eduardo Mestre, consultor da Salomon Smith Barney (pertencente ao próprio Citibank). Nessas conferências telefônicas, diz a executiva, uma das questões principais que se discutia era se a Brasil Telecom deveria "ceder seu direito de entrar no mercado de telefonia móvel.
Segundo o testemunho de Putney, Eduardo Mestre aconselhou enfaticamente tanto Daniel Dantas quanto ela que a Brasil Telecom não deveria "abrir mão de seu direito de participar do mercado de telefonia móvel". Diz ainda a executiva que em junho de 2002 participou de outra conferência com os mesmos dois executivos (Dantas e Mestre), e mais o presidente do grupo Telecom Italia, Marco Provera, cujo tema também foi a saída da TI do controle da BrT. Segundo Putney, que diz não ter participado ativamente da reunião, apesar de ser seu escritório em Nova York o local em que estavam Daniel Dantas e Eduardo Mestre, o principal assunto em pauta foi a solicitação da Telecom Italia para que a BrT "se comprometesse a não participar de qualquer atividade que impedisse o retorno da Telecom Italia para a Brasil Telecom". Diz Mary Lynn Putney em sua carta que Dantas e Mestre deixaram "explicitamente claro" a Marco Provera que a Brasil Telecom não poderia em qualquer circunstância ter restringida, evitada ou prejudicada sua capacidade de participar do mercado de telefonia móvel.

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Fato omitido

Por fim, a executiva do Citigroup diz que estudou o contrato aditivo firmado entre Telecom Italia e Techold em agosto de 2002 e que esse contrato abrange de modo preciso o que foi celebrado entre TI e Brasil Telecom.Trata-se do contrato celebrado entre a TI e o grupo de Dantas segundo o qual, por US$ 47 mil, a Telecom Itália abriu mão de suas ações representativas do controle da Brasil Telecom, assim como abriu mão de poderes de voto e veto em decisões da operadora de telefonia.
Importante notar que o Citi, nessa carta, diz que o Citibank N.A., por meio de uma empresa afiliada, tem participação no "CVC Opportunity Partners L.P.", e que o fundo é investidor indireto da Brasil Telecom. Vale notar que, como já foi revelado por esse noticiário, o Citi tem também participação na Brasil Telecom via Timepart (que é uma empresa limitada que tem 62% do capital votante da Solpart, controladora direta da BrT).
Dentro da Timepart, existe uma empresa CSH que pertenceu ao Citibank e que em tese está extinta desde 2002, segundo o jornal Financial Times. Mas as relações entre a CSH com o banco norte-americano nunca foram tornadas públicas à Anatel, à CVM ou às autoridades dos EUA, muito menos a informação de que a empresa deixou de existir. A Brasil Telecom nunca deu explicação pública sobre a CSH, bem como o Opportunity e o próprio Citibank.
Vale lembrar ainda que este ano a Telecom Italia decidiu romper relações com o Citibank em escala mundial, justamente por conta do apoio do banco norte-americano ao grupo Opportunity.

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