Enquanto no Brasil o consórcio das teles, e agora até mesmo políticos, agitam-se no intuito de tentar reverter a preferência da MCI pela Telmex na venda de sua controlada Embratel, o grupo mexicano acompanha o desenrolar dos fatos sem manifestar qualquer intenção de cobrir a oferta do concorrente, em princípio, superior em US$ 190 milhões. E isso, segundo fontes próximas aos bastidores das negociações, decorre de um simples fato: os mexicanos e os norte-americanos já teriam costurado um acordo que garante não apenas o controle da Embratel, mas algo muito maior, a aquisição do comando de sua controladora, ou seja, da própria MCI. A compra da Embratel, seria portanto, apenas uma etapa rumo à absorção da gigante de telecomunicações dos Estados Unidos, o que aconteceria mais adiante, após a saída da empresa do Chapter 11.
A especulação não chega ser novidade, mas voltou a ganhar força por conta de informação, inclusive, de que altos executivos tanto da Telmex quanto da MCI vêm mantendo contatos freqüentes desde o anúncio da decisão favorável à oferta do grupo mexicano, no último dia 15.
Alguns fatos, pelo menos, ajudam a alimentar as expectativas quanto à envergadura do negócio. Vale lembrar que no final do ano passado a Telmex apresentou à Securities and Exchange Commission (SEC, órgão fiscalizador do mercado de capitais nos EUA) pedido de sinal verde para captar recursos em até US$ 2 bilhões. Na ocasião, a medida já levantou fortes suspeitas do interesse dos mexicanos pela Embratel, pela qual acabaram oferecendo US$ 360 milhões, bem menos que o limite do valor solicitado. Também, mais recentemente, a MCI conseguiu obter da Corte de Falências de Nova York o adiamento do julgamento da oferta da Telmex, do último dia 13 para 27 próximo, suscitando especulações de que a intenção seria garantir que a empresa norte-americana saísse da concordata até a nova data, ganhando autonomia total para decidir quem será o novo dono da Embratel.
Venda da Embratel
