Nova oferta da Calais eleva ONs da operadora em 13%

Em mais uma tentativa de desfazer a venda do controle da Embratel à Telmex, o consórcio Calais (Telemar, Telefônica, Brasil Telecom e Geodex) apresentou uma nova oferta à Worldcom em que, segundo o próprio grupo, propõe "garantias contra riscos regulatórios". Quer reverter o negócio antes mesmo do próximo dia 13 de abril, terça-feira que vem, quando a Corte de Falências de Nova York vai decidir se aprova a oferta dos mexicanos. Vale antecipar, segundo fonte de nível ministerial, que ?o negócio não deverá passar nem pelo Cade, nem pela Anatel?.
De qualquer forma, a crença de que ainda possa haver uma reversão levou especuladores a compras pesadas de ações ordinárias (com direito a voto e tag along) de Embratel (EBTP3), que chegaram a subir mais de 13%, fechando a R$ 14. Aqui, a idéia é que, prevalecendo a oferta da Calais, o preço pago pelos novos controlados pelo papel seria 50% superior ao atual, calculado na compra da Telmex por R$ 360 milhões. Contribuíram para esse posicionamento, análises como as do Unibanco (acionista do consórcio Calais por ter ações da Geodex), que considerou a possibilidade de que o preço chegue a R$ 19,00.
O Unibanco tem, segundo dados da Geodex, 24,15% da empresa. Mas segundo a assessoria da Geodex, o próprio Unibanco entregou carta à Anatel no dia 29 de março informando que é apenas depositário de ações de terceiros e que entre esses acionistas não há ninguém com vínculo no controle da Telemar.

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Preferenciais caem

Inversamente, acreditando que essa hipótese de reversão pode prejudicar futuramente a Embratel, com a separação de operações em empresas diferentes, muitos investidores venderam suas ações preferenciais (PN). Aqui houve queda perto de 5%, fechando a R$ 8,68. A Calais já disse que se conseguir comprar a Embratel, vai transferir para a Geodex a concessão de longa distância e os ativos e clientes da divisão de transmissão de dados da Embratel (a mais lucrativa) serão repartidos entre as teles fixas.
A proposta da Calais não muda os valores já propostos (de US$ 550 milhões), mas apenas dá a sensação de que a WorldCom nada terá a perder, senão tempo, caso as autoridades brasileiras vetem a compra da Embratel pelo consórcio. Na verdade, a proposta tem uma série de condicionantes para ser efetivada. Entre eles, pede para que os diretores da Embratel não se manifestem contra a compra da tele pela Calais. Fontes da Embratel dizem que é função dos diretores criticarem essa tentativa de compra pois a proposta é prejudicial à continuidade da tele e portanto, ruim para os acionistas minoritários (sobretudo preferencialistas, que representam mais de 60% do capital da empresa) uma vez que é admitido o fatiamento da Embratel.

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