O consórcio Calais Participações, que reúne a Geodex e as teles locais Brasil Telecom, Telemar e Telefônica, comunicou que reapresentou sua proposta de compra da Embratel à Worldcom (MCI) por US$ 550 milhões nesta quinta, dia 25, desta vez reforçada com pareceres favoráveis de seis supostos especialistas brasileiros na área de telecomunicações, entre os quais o ex-presidente da Anatel, Renato Guerreiro, os escritórios de Floriano Marques Azevedo e Carlos Ary Sundfeld (que ajudaram na elaboração da Lei Geral e prestaram serviços para a Telefônica), além de Arnold Wald, ex-presidente da CVM e advogado do Opportunity (Brasil Telecom). O grupo quer provar à empresa norte-americana e ao comitê de credores da companhia que não haverá impedimentos regulatórios caso a operadora seja vendida às concessionárias locais e que a operação será concretizada em tempo razoável.
Essa é na verdade a segunda vez que o consórcio reapresenta sua oferta. Segundo relato da Bankruptcy Court – Southern District of New York, o grupo tinha entregue, em 12 de março, uma proposta de US$ 550 milhões partindo de um mínimo de US$ 350 milhões, sendo o valor final condicionado à verificação de certas pendências e ajustes, inclusive, dívidas alegadas entre as teles e a Embratel. No dia 14 de março (dois dias depois do prazo final para oferta, portanto) o consórcio das teles apresentou um aditivo à proposta, reduzindo o número de condicionantes para a concretização da oferta de US$ 550 milhões (mas não eliminando todos os empecilhos) e propôs um mínimo de US$ 50 milhões, mas sem apresentar garantias adicionais que reduzissem os riscos regulatórios.
No comunicado, o consórcio reafirma que sua oferta é US$ 190 milhões superior à da Telmex, a vitoriosa na disputa e que agora aguarda a aprovação do negócio pela corte norte-americana de falências. A MCI informou que uma das principais razões para a escolha do grupo mexicano foi a previsão de não haver impedimentos regulatórios.
Fato relevante
Simultaneamente, a Telemar divulgou fato relevante em que reafirma que o acionista com 100% das ações votantes da Calais é a Geodex Communications, sendo ela, BrT e Telefônica detentoras apenas de ações preferenciais. Diz ainda a Telemar no fato relevante que a proposta da Calais conta com garantias individuais dos acionistas, que a sua intenção em investir na empresa é apenas expandir os serviços de dados, que não pretende explorar o segmento de telefonia de longa distância pela concessão da embratel e que não participará da gestão ou administração ou controle da Calais.
O problema para a Telemar é a própria Geodex, uma empresa que tem vínculos societários com o GP, um dos sócios controladores da Telemar. Além disso, a Calais era uma empresa que, até 2002, pertencia integralmente ao GP.