Representantes das três concessionárias de telefonia fixa (Brasil Telecom, Telefônica e Telemar) forneceram ao ministro das Comunicações, Eunício Oliveira, detalhes da proposta da Calais (consórcio formado entre Geodex e teles locais) para a compra da Embratel, em encontro mantido no Minicom nesta quinta, dia 18. "Nós viemos exclusivamente em respeito ao ministro, que é o representante do governo a quem nós, concessionárias, prestamos conta, para explicar como se compõe a estrutura da nossa proposta e porque nós estamos no processo, que é legítimo, legal e desejável do ponto de vista da sociedade e da competitividade", afirmou Octávio Marques de Azevedo, presidente do Conselho de Administração da Telemar.
Apesar do anúncio da MCI de que foi aceita a proposta de compra da Embratel pela mexicana Telmex, as concessionárias ainda não se consideram fora do páreo. O executivo se mostrou bastante contrariado, afirmando que há muita desinformação a respeito da proposta da Calais. Octávio Marques de Azevedo disse ainda que é intenção do consórcio apresentar à Corte de Falências dos Estados Unidos e ao Comitê de Credores a sua proposta. Mas ele explicou que só se pode apresentar a proposta à Corte de Falências se houver um pedido do juiz. Em relação a um possível apoio do governo brasileiro à proposta da Geodex e das concessionárias, Marques de Azevedo disse: "Não há o que ajudar. Quem pode nos inserir no processo é um juiz da corte dos Estados Unidos".
Segundo o representante da Telemar, a Calais é 100% controlada pela Geodex, que por sua vez é controlada pela Goldman Sachs, Credit Suisse e Unibanco. Ele negou que a GP controle ou tenha controlado a Geodex. As concessionárias locais possuem 100% das ações preferenciais da nova empresa. O Unibanco, por sua vez, já declarou ao Jornal Valor que não é o acionista, e que serve apenas de depositário de investimentos de outras instituições.
Venda da Embratel