Reportagem do jornal britânico Financial Times que circula nesta terça, dia 9, revela mais um fato sem explicação na complicada estrutura societária da Brasil Telecom: a empresa usada pelo Citibank para manter participação indireta na Timepart (controladora da Solpart S/A com 62% das ações ordinárias) simplesmente deixou de existir no final de 2001. Trata-se da CSH LLC, empresa que tem quase a totalidade das ações da Telecom Holdings, que tem um terço da Timepart Participações Ltda. Desde então, a Brasil Telecom continua tratando a CSH como se ela existisse em toda a documentação enviada à Securities and Exchange Commission (SEC), nos EUA, e Anatel e CVM, no Brasil. A participação do Citi via CSH já era, em si, um fato omitido pela BrT, conforme revelou este noticiário. A Anatel deu à Brasil Telecom até a próxima sexta, dia 12, para explicar quem são os controladores indiretos da empresa. O Financial Times levantou em Delaware a documentação recente referente à CSH e descobriu que a empresa teve seu registro cancelado em 30 de novembro de 2001.
No entanto, desde então a BrT continua tratando a CSH como se ela existisse. Ao jornal britânico, a Brasil Telecom disse que os dados passados à SEC eram os que dispunha e que não foi informada de nenhuma mudança. A BrT, contudo, sequer citava, em junho de 2003, a presença do Citibank via CSH. Dizia que essa empresa era, até onde sabia, de uma certa "família Woog". A ligação entre a CSH e o Citibank, entretanto, foi confirmada por vasta documentação que só agora veio a público e pelo testemunho de Manoel Rocha, advogado do Citi no Brasil.
A Telecom Italia e o grupo italiano Pirelli estão com as relações comerciais com o Citibank rompidas por conta dessa ligação.
Conflito entre sócios