Cai expectativa de venda da Telemig Celular

Há indicações de que os investidores já não acreditam tanto na venda da Telemig Celular. Ou pelo menos, não estão vendo vantagem em uma eventual negociação.
Nesse sentido é que se podem ver as mudanças, em pouco mais de um mês, da diferença entre os preços das ações ordinárias (ON) e preferenciais (PN) da companhia: caiu mais de 24 pontos percentuais. No início de janeiro, enquanto uma ON valia R$ 8,00, a cotação das PN era de R$ 4,95, com uma diferença de exatos 61,6%. Nesta quarta-feira, 11, as ON fecharam em R$ 9,00 e as PN em R$ 6,58, com diferença de 36,78%. As ON, como se sabe, costumam ser mais valorizadas nos movimentos de compra e venda das empresas, porque os portadores de ações ordinárias têm o direito de receber oferta equivalente a 80% daquela feita aos controladores ? o chamado tag along.
O fato é que um número crescente de analistas começa a ressaltar a possibilidade de descarte da venda da operadora de telefonia móvel, que tem domínio do segundo mercado do Brasil, Minas Gerais. Dizem que a Claro e a Brasil Telecom foram as únicas possibilidades que sobraram. Mas há uma nítida desconfiança de que o Opportunity, controlador tanto da Telemig Celular quanto da Tele Norte Celular e Brasil Telecom, trabalha para juntar todas em uma única operação.

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Vivo descartada

Jeffrey Noble, do BBVA, praticamente descarta a Telesp Celular da relação de potenciais compradores, devido à opção da Telemig Celular pela tecnologia GSM, já que a Vivo utiliza o CDMA. A Espírito Santo Securities também acha que as negociações podem estar prejudicadas.
E quanto à Claro, do grupo do mexicano Carlos Slim Hue? A Espírito Santo acredita que essa probabilidade aumentou, não somente devido à escolha da mesma tecnologia usada, como pela necessidade da Claro de ocupar a sua lacuna em Minas Gerais. O analista do BBVA, porém, ressalta que não há sinais de negócio entre o Opportunity e a América Móvil. Ele repete palavras do CEO da Claro, Carlos Henrique Moreira, em entrevista recente ao jornal ?Valor Econômico? dizendo que nunca houve aproximação do Opportunity para discutir o negócio e que, inclusive, ele duvida que a companhia esteja à venda.
O interessante na nota de Noble é que ele põe em dúvida se a compra da Telemig é realmente um bom negócio para a Claro. Compara o valor que teria que desembolsar para ficar com a operadora mineira, com o investimento que teria de fazer para montar sua própria rede.
Quando o analista do BBVA fez as contas, o valor de mercado da Telemig Celular era de R$ 1,096 bilhão ou US$ 372 milhões. Colocou um prêmio de 100%, chegando a US$ 744 milhões ? ponderando ainda que para o Opportunity isso pode soar baixo.
O analista acredita que com um investimento inicial de US$ 206 milhões a Claro teria condições de conquistar 30% do mercado. ?Nós acreditamos que a Claro vai considerar a obtenção de licença como a opção mais atraente do que pagar um prêmio muito pesado ao Opportunity, diz ele.

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