Investidores recebem bem anteprojeto das agências

Com uma única exceção (Tele Norte Celular), o setor de telecomunicações levou um tombo na Bolsa de Valores de São Paulo nesta quarta-feira, 24. Mas a queda não é relacionada com o anúncio do anteprojeto de lei prevendo mudanças nas agências reguladoras, inclusive a Anatel, como garantem os analistas. Eles acreditam que, no geral, trata-se apenas de uma grande correção de preços, uma vez que as altas das últimas semanas, embora justificáveis, foram muito rápidas.
Os relatórios setoriais afirmam que as mudanças nas agências, mesmo as consideradas mais negativas (por envolverem maior poder de decisão do Executivo) já estavam devidamente consideradas na formação de preços de ações.
Jacqueline Lison, do Fator Doria Atherino, acha que a publicação do anteprojeto, em si, é um fato positivo, na medida em que as regras e atribuições foram estabelecidas, reduzindo as incertezas que pairavam sobre os setores regulados. ?Além disso, a participação da Casa Civil e dos Ministérios da Fazenda e do Planejamento evitará a concentração de poder nos ministérios relacionados aos setores regulados?.

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A Espírito Santo Research, de seu lado, observa que a Anatel tem assumido funções que não são típicas de agência reguladora, inclusive de poder concedente.

Tendência configurada

Como se recorda, há apenas um mês, as expectativas eram de que o Índice Bovespa (Ibovespa) atingisse os 18.000 pontos no período de um ano. No final da semana passada, chegou a tocar nos 17.000. A retração das bolsas norte-americanas (principalmente do balcão eletrônico Nasdaq (-3% às 15 horas de Nova York) apenas reforçou uma tendência que, ainda segundo os analistas, já parecia configurada.
Há uma posição corrente em torno de uma movimentação mais lenta no curto prazo, com oscilações entre 15.800 e 16.200 pontos. Joffrey Noble, do BBVA Research, destaca que o Ibovespa, quando convertidos os pontos em dólares, estava na terça-feira, apenas 4% abaixo da sua estimativa de US$ 6 mil para o final de 2003. Ou seja, a correção de curto prazo tende a continuar. Note-se que telecom, em particular celulares, estará na primeira fila do esperado aumento do consumo nos próximos três meses.

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