O setor de telecomunicações atraiu apenas US$ 1,013 bilhão do investimento direto estrangeiro (IDE) feito no Brasil até o mês de julho. Ainda assim, foi o segmento que mais atraiu capital estrangeiro no primeiro semestre, com 16,3% do total de US$ 6,206 bilhões, também até julho deste ano, de acordo com a Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica (Sobeet). A previsão até o final de 2003 é que o ingresso de IDE no País chegue aos US$ 10 bilhões.
No ano passado, as telecomunicações receberam aportes externos de US$ 4,166 bilhões, ou 22,2% do investimento total. O IDE total no Brasil no ano passado foi de US$ 18,754 bilhões (US$ 22 bilhões em 2001). A queda concentrou-se principalmente nas indústrias de telecomunicações, eletricidade e gás. Esses dados foram compilados pela Sobeet do World Investment Report 2003, relatório publicado pela Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) sobre o IDE no mundo.
Ano melhor
A estimativa é que o ingresso de IDE melhore em 2004. Na previsão da Sobeet, se o crescimento de 2003, estimado em 1%, efetivar-se e se as taxas de juros básicas forem mantidas no patamar de 18%, o IDE no Brasil poderá chegar a US$ 15 bilhões. Isso ainda se forem confirmados o crescimento de 3% para 2004 e a manutenção dos juros em 15%.
De qualquer forma, o Brasil continua no topo dos países em desenvolvimento que mais recebem capital estrangeiro. No ano passado, ficou em segundo lugar, atrás apenas da China. Em 2001, foi o quarto colocado e, em 2000, ocupou a terceira posição. Historicamente, o País tem um market share entre 2% e 2,5% do investimento global. Esse ano, como exceção, o market share deve ficar apenas em 1,5% do investimento mundial. Segundo o economista-chefe do Bradesco e membro consultivo da Sobeet, Octavio de Barros, o Brasil representa entre 2% e 2,5% do PIB global e não tem sentido ter um market share abaixo desse patamar.