Para a consultoria Spectrum, que elaborou a pedido da Anatel um estudo do cenário de desenvolvimento do setor de satélites no Brasil e no mundo, as condições negativas vividas hoje pelo setor (excesso de competição, margens reduzida, poucas perspectivas de crescimento e altos custos, entre outros problemas) começam a se resolver a partir de 2008, quando a troca dos satélites hoje em órbita deve impor um ciclo de reestruturações e consolidações no mercado. Segundo Paulo Ricardo Balduino, diretor da Spectrum que apresentou o estudo durante o seminário ?Soluções em telecomunicações: as aplicações via satélite?, realizado pela Converge Eventos e pelas revistas TELETIME, PAY-TV e Tela Viva nesta quarta, 13, em São Paulo, a oferta de capacidade é hoje superior em cerca de 20% em relação à demanda.
Balduino lembrou ainda que tecnologias como a banda Ka, com potencial de melhorar as condições competitivas do segmento satelital frente a outras tecnologias de telecomunicações, vive hoje uma situação de impasse: não cresce pois seus custos são elevados, e seus custos são elevados porque a escala ainda é pequena. Até 2006, diz Balduino, a tecnologia de banda Ka não deve chegar à América Latina.
Pelo diagnóstico que a Spectrum desenhou sobre o setor a pedido da Anatel, o segmento satelital passará por mudanças profundas em suas características originais: os governos tendem a investir cada vez menos no segmento, cresce o capital de risco aplicado nas empresas e, como conseqüência, os prazos de retorno exigidos tendem a ser mais curtos. Por fim, a competição com alternativas terrestres, sobretudo em banda larga, tende a ser mais acirrada.
Nesta quinta, 14, a Anatel deve apresentar no seminário as alternativas regulatórias para impulsionar o setor de satélites no Brasil.