Apesar do forte crescimento de 52% dos seus lucros e do aumento do número de assinantes no primeiro semestre, a operadora mexicana America Móvil teve a sua recomendação rebaixada pelo BBVA Bancomer. O analista Jeffrey Noble trocou a recomendação de compra pela de ?superior ao mercado?. Em parte, porque o papel já havia subido bastante face aos de seu maior concorrente. E em parte devido às suas operações no Brasil, via Telecom Américas.
?As operações no Brasil são motivo de certa preocupação?, escreve o analista, ?considerando que o EBITDA da Telecom Américas mostrou uma contração de 8% em relação ao primeiro trimestre para quitar a aquisição da BSE (BCP Nordeste)?. Na opinião de Noble, ?o Brasil seguirá sendo o elo mais fraco na família da America Móvil?. Pondera, no entanto, que o crescimento de assinantes registrado no segundo trimestre ?sustenta a idéia de que a concorrência da Oi e da TIM teria de alguma maneira cedido?.
O relatório trimestral da América Móvil contradiz a avaliação do BBVA. "Os fortes resultados operacionais das subsidiárias da América Móvil e os fortes ganhos cambiais do segundo trimestre, relacionados à valorização do real brasileiro e do peso mexicano, resultaram em lucro líquido de 4,5 bilhões de pesos", anunciou a empresa.
A América Móvil, a maior da América Latina, parte do império empresarial do bilionário mexicano Carlos Slim, conquistou 2,6 milhões de novos assinantes no trimestre, atingindo 35,8 milhões de usuários ao final de junho. No Brasil, a empresa detém as operadoras, BSE, Americel, Tess, ATL e Claro Digital. A companhia também atua na Colômbia, Equador, Guatemala, México e Estados Unidos.