Embratel quer que Anatel multe BrT em R$ 50 milhões

A Embratel encaminhou à superintendência de universalização da Anatel na última terça-feira, 27, um pedido de medida cautelar para suspender os processos de certificação de cumprimento de metas de universalização da Brasil Telecom (BrT) em seis estados: Acre, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia e Tocantins. A Embratel já havia apresentado contestações durante a consulta pública sobre o tema mas, agora, além de solicitar formalmente a abertura de um PADO (Processo de Apuração de Descumprimento de Obrigação), a operadora pede a aplicação de multa no valor de R$ 50 milhões à BrT e também uma indenização em decorrência dos prejuízos causados pela concorrente.
De acordo com o documento, ao qual TELETIME News teve acesso, haveria 535 falhas no atendimento a metas de universalização da BrT. Segue abaixo um resumo:

1) A BrT ainda não teria oferecido acessos individuais em 165 localidades com mais de mil habitantes nos seis estados referidos. Esta é uma meta que deveria estar cumprida desde dezembro de 2001.

Notícias relacionadas
2) A BrT ainda não teria oferecido acessos individuais em 132 localidades com mais de 600 habitantes nos seis estados referidos. Esta é uma meta para dezembro deste ano que a BrT declarou haver antecipado.
3) A BrT ainda não teria instalado telefones de uso público (TUPs) em 132 localidades com mais de 600 habitantes situadas a uma distância geodésica inferior ou igual a 30 km de localidades já atendidas com acessos individuais nos seis referidos estados. Esta meta deveria estar cumprida desde dezembro de 2001.
4) A BrT ainda não teria instalado TUPs em 106 localidades com mais de 300 habitantes situadas a uma distância geodésica inferior ou igual a 30 km de localidades já atendidas com acessos individuais nos seis referidos estados. Esta é uma meta para dezembro deste ano que a BrT declarou haver antecipado.

As fontes da Embratel são certificados emitidos pelos prefeitos dos municípios em questão e levantamentos feitos por equipes da própria operadora de longa distância quando do cumprimento de suas metas de universalização. A empresa pretende encaminhar em breve à Justiça Federal um pedido de ação cautelar para produção antecipada de provas. A intenção é contar com a ajuda da Justiça na apuração do número de habitantes das localidades mencionadas de forma a comprovar as falhas apontadas pela Embratel.

Indenização

No documento, que foi redigido pelo escritório Carvalho de Freitas e Ferreira Advogados Associados, a Embratel argumenta que as supostas falhas da BrT a teriam lesado de duas formas:

1) A não oferta de acessos individuais em 165 localidades que deveriam ter sido atendidas desde dezembro de 2001 gera prejuízo para a Embratel porque sem telefonia local é impossível a realização de chamadas de longa distância para tais localidades.
2) A não oferta de acessos individuais provocou um aumento de gastos da Embratel com universalização, pois a meta da operadora de longa distância era instalar TUPs em localidades a uma distância geodésica superior a 30 km de localidades onde já existam acessos individuais da BrT. Portanto, conforme a BrT instalasse acessos individuais seguindo suas obrigações, menores seriam as metas da Embratel.

Assim, a operadora entende que a BrT deveria indenizá-la pelos prejuízos decorrentes do não cumprimento de metas de universalização. Não foi sugerido um valor para a indenização.

BrT

A BrT informou que ainda não foi notificada pela Anatel sobre o pedido da Embratel, mas garante que irá responder ponto a ponto todas as contestações. A empresa lembrou que seu processo de antecipação de metas foi auditado pela PriceWaterhouseCoopers.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
CAPTCHA user score failed. Please contact us!