Durou pouco o mau-humor do mercado em relação aos resultados do primeiro trimestre apresentados pela Telesp Celular. Nesta terça, 29, as ações preferenciais (TSPP4) voltaram a subir acima da média (2,17%), fechando a R$ 4,70. Apesar de algumas reavaliações negativas (a Fator Doria Atherino, por exemplo, passou de ?compra? para ?manutenção?), seu preço-alvo ainda fica em uma faixa de R$ 5,20 e R$ 5,50 (caso do Banco Safra) ? o que equivale a dizer que existe um potencial de valorização de até 17%. Nesse caso, as ações PN da Tele Centro Oeste Celular, que vão ser trocadas por 1,2 ação da Telesp Celular, podem chegar a R$ 6,60.
O mau-humor da véspera tinha razão. Os maus resultados não se deveram apenas à uniformização de critérios de balanços de todas as empresas que formam a Vivo ? critérios, aliás, mais rigorosos a respeito de inadimplência e registro de vendas. O fato é que a empresa não conseguiu reverter a tempo as operações de hedge cambial e ainda registrou resultados operacionais abaixo do esperado. Fora isso, para o próximo trimestre, deverão aparecer os efeitos da incorporação da TCO e os investimentos para a troca de tecnologia TDMA por CDMA da operadora adquirida.
Em compensação, há quem preveja resultados muito bons para o segundo semestre. De um lado, pela redução de custos financeiros derivados da queda do dólar e dos custos de hedge. De outro, pela diminuição de custos gerada pelas sinergias com as demais operadoras da Vivo.
A Tele Sudeste não foi tão bem. Mas também não chegou a decepcionar. Teve lucro líquido de quase R$ 30 milhões, abaixo das expectativas, principalmente devido a ajustes contábeis no que se refere à depreciação de ativos. O que parte dos analistas adverte é que seu preço em bolsa já está alto.
O pior desempenho ficou por conta da Tele Leste Celular, com prejuízo de R$ 16, 2 milhões. Houve neste caso uma conjugação de problemas: maiores despesas financeiras e de custos de interconexão e vendas. A operadora também teve de aumentar as provisões para devedores duvidosos.