EBC proporá no Gired receptor de TV digital com "Ginga light" para manter interatividade

O superintendente executivo de relacionamento institucional da EBC, André Barbosa, deve apresentar na reunião do Gired (grupo de implementação da digitalização da TV), nesta quarta-feira, 20, uma proposta de um novo modelo de conversor para TV digital mais econômico, porém mantendo a possibilidade de interatividade. O objetivo é de que essa caixinha possa substituir o equipamento mais simples, sem o Ginga, que está sendo adotado para distribuição gratuita aos beneficiários do Cadastro Único dos programas sociais do governo (CadÚnico), na cidade goiana de Rio Verde.

Barbosa, que conversou nesta terça-feira, 19, com os fabricantes, reconhece que as especificações da caixinha aprovada pelo Gired e que foi distribuída pelos beneficiários do Bolsa Família em Rio Verde ficou muito cara após a disparada do dólar, mas argumenta que o equipamento sem interatividade não atende aos objetivos do governo de levar seus programas e serviços por meio de aplicativos, que seriam acessados por meio da interatividade. A interatividade é especialmente demandada pelo Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) que supervisiona as políticas públicas voltadas à população de baixa renda cadastradas no CadÚnico.

Segundo o superintendente da EBC, com a alta do dólar, a caixinha com o Ginga que foi aprovada chegou ao preço de R$ 160, o que dificulta fechar as contas para os recursos destinados para a compra, em torno de R$ 1 bilhão dos R$ 3,6 bilhões pagos pelas teles, que compraram a frequência de 700 MHz, para a limpeza da faixa. O novo modelo proposto pela EBC, que vem com o que chama de "Ginga light", ficaria em torno de R$ 100.

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A preocupação de Barbosa é com uma proposta em análise no Gired, que prevê a distribuição da caixinha interativa aos integrantes do Bolsa Família apenas nas cidades com mais de 100 mil habitantes. Nas demais cidades, seria distribuído o conversor simples, com capacidade somente de receber áudio e vídeo, que seria estendido também aos beneficiários do CadÚnico. O argumento da proposta é de que a nova sistemática atingiria 17 milhões de famílias, número maior do que o de integrantes do Bolsa Família em todo o País, de 14 milhões.

Barbosa alerta, entretanto, que as caixinhas interativas ficariam resumidas a cinco milhões de unidades, o que prejudicaria enormemente a maioria das famílias de baixa renda, que perderia a oportunidade de acesso à internet por meio desses aparelhos. Ele ressalta que, além de prejuízos ao governo, essa nova sistemática também trará efeitos nocivos para os radiodifusores e às próprias teles, que perderiam a possibilidade de vender serviços adicionais e interativos a esse contingente de pessoas. E, sobretudo, traria sérias perdas para o processo de desenvolvimento do middleware da interatividade, o Ginga C, um dos principais pilares do padrão da TV digital do Brasil e que é motivo de adesão ao sistema por outros países.

O superintendente da EBC se compromete, inclusive, a fazer testes rápidos em Brasília da caixinha proposta, aproveitando a estrutura da empresa, que testou o projeto Brasil 4D, oferecendo informações e serviços para a população de baixa renda, por meio da televisão digital pública interativa às famílias carentes da Capital Federal.

1 COMENTÁRIO

  1. A TV digital no Brasil foi tão estudada, tão elaborada ; dizem os especialistas ser o melhor padrão do mundo. Quando finalmente nasceu com uma introdução muito lenta e falta total de interesse das emissoras, já estava ultrapassada! O discurso de TV interativa para a população de baixa renda é puramente político, não acontecerá nunca! Não há infraestrutura nas comunidades e cidades de baixo poder aquisitivo, a população não tem renda para arcar com custos mensais de uma conexão de internet. O quê se vê hoje é sim o avanço do IPTV, do VOD, permitindo ao usuário TV e vídeo em qualquer lugar e no momento que ele desejar, com total liberdade de escolha de uma programação mundial. Para concluir, o desligamento analógico não acontecerá em 2018, chegaremos no Brasil a terceira década do século
    21 com os transmissores analógicos em plena operação.

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